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sábado, novembro 04, 2006

A Chuva...

Estou em casa organizando alguns documentos e alguns trabalhos para levar para Jundiaí amanhã. Já marquei minha passagem para o "Blue Bird" das 14h00. Fiquei pensando... "Como o tempo passa!!!!!"Cheguei aqui em Bebedouro à 01h30 (a.m.) da quinta-feira (02/11) - feriado e aniversário da Lays - e a sensação que fica é que o tempo voou e eu não consegui realizar nem a metade daquilo que me propus. O tempo realmente é muito cruel...
Essa nova semana que se aproxima promete! É a semana que antecede a Feira Científica e Cultural da escola (E.E. Profa. Maria José Maia de Toledo - Jundiaí - SP) - 16 e 17/11. Meus alunos vão fazer várias apresentações e eu quero ensaiá-los para que façam "bonito". A Feira Científica e Cultural do ano passado foi um sucesso e, esse ano, não há de ser diferente. Estamos muito empenhados - direção, coordenação, funcionários, professores e alunos. Vai ser uma bela festa.
Eu e meus alunos da 7ª série A estamos montando um Sarau no qual serão declamadas várias poesias da autoria dos próprios alunos e algumas de autores já renomados. Entre elas, "Genocíndio", de Emmanuel Marinho, uma das minhas preferidas. Há algum tempo assisti a uma entrevista dele no programa da Leda Nagle, o que só fez confirmar toda a admiração que eu já nutria pelo poeta, pelo artista:

GENOCÍNDIO
(Emmanuel Marinho)
(crianças batem palmas
nos portões)
tem pão velho?
não, criança
tem o
pão que o diabo amassou
tem
sangue de índios nas ruas
e
quando é noite
a
lua geme aflita
por seus filhos mortos.
tem pão velho?
não, criança
temos
comida farta em nossas mesas
abençoa
da de toalhas de linho, talheres
temos
mulheres servis, geladeiras
automóveis, fogão
mas não temos pão.
tem pão velho?
não, criança
temos
asfalto, água encanadasupermercados, edifícios
temos
pátria, pinga, prisões
armas e ofícios
mas não temos pão.
tem pão velho?
não, criança
tem
sua fome travestida de trapos
nas
calçadas
que tragam seus pezinhos
de
anjo faminto e frágil
pedindo
pão velho pela vida
temos
luzes sem alma pelas avenidas
temos índias
suicidas
mas não temos pão.
tem pão velho?
não, criança
temos mísseis,
satélites
computadores, radares
temos
canhões, navios, usinas nucleares
mas não temos pão.
tem pão velho?
não, criança
tem o
pão que o diabo amassou
tem
sangue de índios nas ruas
e
quando é noite
a
lua geme aflita
por seus filhos mortos.
tem pão velho?
Dois alunos (Tiego e Willis) declamarão cada uma das estrofes intercalando-as, ora um, ora outro e o refrão será feito por mais três alunos (Ewerton, Aleff, Bruno) de forma sincronizada. Ficou um graça... tanto que na entrega do troféu de melhor torcida da Olímpiada Estudantil de Jundiaí, eles fizeram uma apresentação e foram muito aplaudidos. Veja as fotos:
O Tiego é o que está com o microfone... É um aluno extremamente inteligente, educado e comprometido com os estudos - é muito curioso e está sempre "antenado" com assuntos da atualidade. Sem contar que ele discute política como "gente grande" e usa argumentos tão convincentes que muitas vezes chega a deixar os professores de "queixo caído"!!!

O Willis não fica a dever nada para o Tiego, exceto com relação à política - esse posto é do amigo e vai ser difícil desbancá-lo. O Willis é a gentileza em pessoa. É de uma fineza e de uma educação impressionantes - sem contar que é extremamente atencioso, carinhoso e solícito - está sempre pronto a ajudar. É prestativo, participativo e está sempre de bom humor.
O problema (?) dos dois, tanto do Willis quanto do Tiego, bem como o da sala (7ª A), é que eles, os alunos, são extremamente falantes. É uma turma excelente (e eles sabem disso!), de alunos muito bons, muito críticos e (graças a Deus), disciplinados...O Bruno é o de jaqueta azul e laranja, o Aleff é o do meio e ao seu lado, o Ewerton... (Eles estão declamando o refrão da poesia "Genocíndio": "tem pão velho?"). Três alunos muito bons e, assim como o Tiego e o Willis, possuem as mesmas qualidades. O Bruno é um ótimo aluno, mas de vez em quando é meio preguiçosinho!!! O Aleff é muito bom aluno, é participativo e muito comprometido. Às vezes é meio nervosinho - não é todo tipo de brincadeira que ele aceita e, não raras vezes, ele acaba apelando com os colegas. Já o Ewerton é muito inteligente e poderia vir a ser um excelente aluno, mas assim como o Bruno, é meio preguiçosinho...


Essa de preto sou eu... ao meu lado o Tiego e a Jéssica. Atrás, perto do cartaz amarelo, está a Milena, ao seu lado o Willis, o Aleff e o Ewerton. A Milena e a Jéssica também fizeram a apresentação de duas poesias sobre a importância da alfabetização, sendo uma da autoria de ambas (alunas nota 1000, dispensam comentários - certamente são aquelas alunas que todos os professores gostariam de ter em suas salas) e outra da autoria do Tiego e do André (outro aluno excelente! Um verdadeiro artísta - desenha com a perfeição de um profissional).

LER E ESCREVER – APRENDER

Ler não é  aquela coisa à toa
Que dizemos sem pensar
É uma coisa que nos dá força
Força para raciocinar.

Estudar é importante
Aprender a ler e escrever também
É um brilho sempre radiante
É um olhar para frente, é ser alguém.

Para ser alguém na vida
Precisamos saber ler e escrever
Pois o mundo está difícil
E por isso precisamos aprener.

Ler não dá trabalho
Escrever: que bela profissão!
E um dia quando crescermos
Teremos o futuro em nossas mãos!

Vamos deixar esta mensagem
Prestem muita atenção:
Hoje o muno não é nada,
Sem a alfabetização!

*** (Respeite os direitos autorais. Se for utilizar algum texto desse blog, parcial ou totalmente, não esqueça dos créditos. Obrigada!) ***


Confesso que fiquei emocionada quando os alunos me apresentaram esse trabalho e mais emocionada quando os vi declamando as poesias. Quando uma mãe é muito orgulhosa dos seus filhos, costumamos dizer que ela é "mãe-coruja" e um professor? Será que é "professor-coruja" também?

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