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sábado, maio 05, 2007

PASSAGEM

Hoje, no período da manhã, saí com a minha filha Lays para comprarmos um presente para a minha tia Virginia (grande mulher...). Estava feliz por poder estar junto da minha filha, andando pelas ruas de mãos dadas, sem muitas preocupações - com o relógio, principalmente. Na verdade não temos tido muito tempo uma para a outra, sendo assim, é importante aproveitarmos cada segundo. Ter me proporcionado essa semana (27/04 a 07/05) de folga foi, sem dúvida, uma ótima idéia. Pude "curtir" a minha família, a minha casa, andar pela cidade, ir ao Shopping, enfim. Desde que fui para Jundiaí, há três anos, minha vida tem sido um tanto quanto agitada. Outra tortura pela qual tenho que passar é a falta de tempo para os meus amigos. Sei que muitos entendem e até me perdoam, mas é difícil abdicar da companhia de pessoas tão queridas. Sempre ouvi dizer que os amigos são assim mesmo, passam por nossas vidas - alguns permanecem, outros, por conta das atribulações do nosso cotidiano, ficam lá, adormecidos, esperando por um contato que pode ou não acontecer; o que não significa que o carinho e os laços de amizade que nos unem sejam desfeitos ou desapareçam no ar. São os rumos que as nossas vidas tomam que não nos deixam alternativas. Então, voltando ao primeiro parágrafo, estávamos eu e a Lays andando pelas ruas de Bebedouro a procura de um presente para a minha tia querida, a Virginia, quando de repente, do outro lado da calçada, avisto uma amiga, a Silveleny, quanta saudade. A Silveleny é uma amiga muito querida, da época da faculdade. Cursamos Letras juntas (eu, a Silveleny, a Maria de Fátima e a Rose - esse era o quarteto imbatível!). Passamos por grandes momentos juntas, valiosas experiênicias... Estudávamos juntas. Levávamos muito a sério a faculdade e nos impunhamos uma disciplina de estudo bem rígida. Chegamos a montar um "Grupo de Estudos". Reuniamo-nos, quase todos os finais de semana, em Botafogo - na casa da Silveleny ou na casa da Fátima - para estudarmos. Em 2002, último ano da faculdade, estávamos apreensivas quanto ao "provão do MEC" - havia saído um boato que a nota individual do aluno seria impressa no diploma. É óbvio que não queríamos jamais "sujar" o nosso diploma com uma nota baixa e, sendo assim, intensificamos os nossos estudos e saímos vitoriosas nessa empreitada. Nossas notas individuais foram ótimas, apesar do boato não ter passado de boato mesmo e a nota não ter sido impressa no nosso diploma. Quando a vi, passou um filme pela minha cabeça. Tantas lembranças. Época boa!
Ela não mudou nada, continua com sua beleza simples e a sua meiguice habitual. Conversamos por algum tempo e atualizamos uma pouquinho o nosso "banco de informações". Sei que ela concluiu o curso de Pedagogia, o qual ela começou logo após a conclusão do curso de Letras, em 2002; que está trabalhando com os "pequeninos" (era exatamente o que ela queria) no Colégio Anjo da Guarda e que está feliz profissionalmente.. Combinamos de manter contato, nem que seja apenas por e-mail e, dessa forma, encurtarmos a distância e a saudade. Ao nos despedirmos, lembrei-me de sua mãe, pessoa doce e amorosa - tratava-nos com tanto carinho quando íamos estudar. Não sabia o que fazer para agradar-nos, sem contar as delícias que ela preparava para a hora do lanche. Pedi-lhe que não se esquecesse de dar um grande abraço nela. A Silveleny, um tanto quanto sem jeito, me disse que sua mãe falecera há duas semanas vítima de um câncer fulminante. Segundo ela, a mãe, por obra de Deus, não chegou a passar pelo sofrimento e dor que a doença acarreta; Deus foi mais rápido e a levou antes. A família agora tenta superar a perda e, certamente conseguirá - Deus não há de abandoná-los. Vou rezar pedindo para que Ele conceda a graça de mantê-los serenos e fortes nesse momento de profundo pesar.
A notícia me pegou meio desprevenida. Acho que não estava preparada, naquele instante, para ouvir esse tipo de notícia. Foi um balde de água fria em cima da alegria de estar revendo uma grande amiga. A morte, essa incógnita, sempre mexe com os meus porquês existenciais - aquelas questões filosóficas que nos acompanham pela vida: Quem sou eu? Onde estou? Para onde vou?
Hoje, mais do que nunca, ao abraçar a minha amiga Silveleny, pude perceber que isso vale a pena: a amizade, o carinho, o respeito, o estar junto para o que der e vier... Da vida levaremos apenas isso: a certeza de termos feito a passagem, a travessia no rio, de forma correta, digna, humana... Depois que deixei minha filha na casa da minha mãe e segui dirigindo sozinha, olhei para o céu (e como estava azul!) e pedi, ou melhor, supliquei a Deus que, se for possível e da Sua vontade, não deixe que eu me afaste dos meus amigos e das pessoas que eu amo; que de qualquer forma, possamos manter contato; que possamos estar presentes nos bons e nos maus momentos...

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