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quarta-feira, setembro 30, 2009

CANÇÃO DO EXÍLIO

Este bimestre trabahei um Projeto muito interessante com os meus alunos das 7ª séries: "Paródias, Paráfrases, Intertextualidade e afins: (re)visitando a "Canção do Exílio - de Gonçalves Dias aos nossos dias".

CANÇÃO DO EXÍLIO

1846


Gonçalves Dias


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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Fonte: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm

CANÇÃO DO EXÍLIO

1859



Casimiro de Abreu



Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor-de-rosa que passava
Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!

Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!

Minha campa será entre as mangueiras,
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!
As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!


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Fonte: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/casimiro.htm
 
 
HINO NACIONAL BRASILEIRO
 
1909
 
 
Osório Duque Estrada

(trecho)

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

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CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

1925



Oswald de Andrade

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo

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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/

CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
1930 
 

 
Murilo Mendes


Minha terra tem macieiras das Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!

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NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

1945



Carlos Drummond de Andrade


Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.

O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.

Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.

Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)

Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.

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UMA CANÇÃO



1962



Mario Quintana



Minha terra não tem palmeiras …
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.

Minha terra tem refúgios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes …
Mas onde o instante de agora?

Mas a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio.


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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/


CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA


1973


José Paulo Paes





lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!


CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS

1992


Jô Soares


Minha Dinda tem cascatas
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem coqueiros
Da ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
não fazem cocoricó.

O meu céu tem mais estrelas
Minha várzea tem mais cores.
Este bosque reduzido
Deve ter custado horrores.

E depois de tanta planta,
Orquídea, fruta e cipó
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim
Feito pelas Brasil’s Garden
Não foram pagos por mim.

Em cismar sozinho à noite
Sem gravata e paletó
Olho aquelas cachoeiras
Onde canta o curió.

No meio daquelas plantas
Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.

Pois no meu jardim tem lago
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.

Minha Dinda tem primores
de floresta tropical
Tudo ali foi transplantado
Nem parece natural

Olho a jabuticabeira
Dos tempos da minha avó.
não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.

Até os lagos das carpas
São de água mineral.
Da janela do meu quarto
Redescubro o Pantanal

Também adoro as palmeiras
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Finalmente, aqui na Dinda,
Sou tratado a pão-de-ló
Só faltava envolver tudo
Numa nuvem de ouro em pó.

E depois de ser cuidado
Pelo PC com xodó,
não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.


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SABIÁ



Chico Buarque & Tom Jobim

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou volltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/

JOGOS FLORAIS

1985



Antonio Carlos de Brito (Cacaso)


Jogos Florais I

Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá

Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre
a água já não vira vinha
vira direto vinagre

Jogos Florais II

Minha terra tem palmares
memória cala-te já
Peço licença poética
Belém capital Pará

Bem, meus prezados senhores
dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.

(será mesmo com esses dois esses
que se escreve paçarinho?)


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Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet174.htm


NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

2000



Ferreira Gullar

Para Cláudia

Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos

Ao brincarmos sós à noite
nem me dou conta de mim:
seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim

Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata
e as aves que ali gorjeiam
são como flautas de prata

Não permita Deus que eu viva
perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias
que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras
onde cantam os passarinhos


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CANÇÃO DO EXÍLIO



Silvana Maria Moreli

Se eu pudesse cantar o meu país e,
Se para isso Deus tivesse me provido do dom da poesia,
Da música, da voz...
Com certeza eu entoaria uma melodia
Que enaltecesse suas belezas naturais,
Sua fauna, sua flora, sua gente, suas diferenças culturais.

Cantaria o clima tropical, as matas, as florestas,
As praias, as montanhas, o turismo;
A beleza da mulher brasileira, seu exotismo;
O povo que improvisa, o folclore e as festas;
A maneira peculiar de se falar a mesma língua
De forma tão diferente...
Ah! O sotaque dessa minha gente!

Cantaria o índio - povo valente, povo guerreiro;
Cantaria o negro, o branco,
O amarelo, o mulato...
Cantaria a mistura de raças que deu origem
Ao que hoje chamamos "bravo povo brasileiro"!

Cantaria o que é bem nosso - "paixão nacional":
- Futebol e Carnaval!
Cantaria os ídolos que dão "Olé":
- Nosso inigualável Pelé!
Cantaria a música que cruza fronteiras e é um poema:
- Nossa "Garota de Ipanema"!
E aquele alguém que já 'partiu' e deixou uma lembrança tão amena:
- Nosso inesquecível "Airton Sena".
E a música ainda, há tanto para cantar:
- Vinicius, Caetano, Gal, Betania e Gil...
Como é "grande" esse meu Brasil!

É claro que tem defeitos, esse meu amado país,
Mas quem não os tem
Problemas? São infinitos, não se podem enumerar:
Político, econômico e social (melhor não citar)!
Mas também tem a garra e a esperança,
(a fé e o sorriso da criança) -
Desse povo que luta todo dia e não esmorece.
Povo otimista, que trabalha e não entristece.
A espera de um dia melhor que está por vir.
E virá, se Deus assim o permitir!

A cabeça fervilha, há muito ainda por cantar (o Brasil é tão rico!),
As idéias vão brotando e a memória insiste em lembrar
Que ainda há muito por cantar...
Oh! Meu Deus por que não tenho o dom da música?
Por que é tão difícil sintetizar um sentimento?
Eu sei que agora Deus escuta meu lamento,
E talvez, por certo, esteja me incluindo em algum plano
E me presenteie no futuro - (já que não é nato),
com aquilo que almejo: talento!

_________________
Produção de texto apresentada à Profª Rita de Cássia Toloni (Curso de Letras - Faculdades Integradas Fafibe)


CANÇÃO DO EXÍLIO



Alexandra Galvão da Rocha - 7ª série A

Para o meu Brasil
Quero um dia voltar
Aqui nesse país, preso,
Oh! meu Deus, não quero ficar.

Admirar o céu azul
A minha família poder encontrar
Estou com saudades de tudo, de todos,
Muita farra para farriar!

Essa saudade no meu peito
Um dia vai acabar
Ela me pegou de jeito
E não há como escapar.

Adeus país triste,
Para o meu Brasil quero voltar,
Ouvir o canto dos passarinhos
E deixar a vida me levar!

____________  *** ____________

QUANDO TUDO FOR LEMBRANÇA



Érica Guedes Martins - 7ª série C


Que saudade da minha Terra
Que saudade do meu Brasil
Que saudade da natureza
E do céu azul-anil.

Brasil: Quando tudo for lembrança
sobre Deus, onde estarei
Mesmo com toda distância
Eu jamais o esquecerei.

Saudade é o que tenho no coração,
Solidão! Ah! Solidão
Ir embora para o meu Brasil,
Essa é a solução.

Brasil: A distância permite a saudade
Mas nunca o esquecimento
Por mais longe que eu esteja,
Sempre estará em meu pensamento.

As estrela nascem no céu,
As flores no jardim,
Eu queria ter um papel e poder escrever
para todos que sentem saudades de mim.

________________ *** _________________

BRASIL


Mikaely Fernanda Rodrigues - 7ª série C


Ah! Que saudade
Que dá
Da minha cidade
Lá sim eu tinha uma vida.

Amigos, parentes, família
Ainda quero rever um dia
Arrependida por largar meu namorado
Que um dia tanto havia amado.

Choro até hoje de amor,
Pois sinto falta do beijo
Beijo que só ele sabe dar
Ah, que saudade do meu lar.

Sinto saudades das praias, da canga
Do ritmo, do carnaval, do samba
Saudades, saudades me dá,
É isso que dá Brasil, tanto, tanto te amar!

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CANÇÃO DO EXÍLIO


Natália Bueno Dias - 7ª série B


Vejo o céu cinzento
com uma brisa fria,
Lembro-me do céu azul
e de seus campos deslumbrantes.
Sinto-me sozinha vivendo
ao lado de um bosque.
Lembro-me de nossas roças
com cheiro de mato.
Bosques sem essências
Sinto falta de nossas flores
cheirosas e deslumbrantes
que relatam grandes amores.
Nosso ritmo é o melhor
Festas e alegria
Cidade muito parada
Sinto falta da capital
Arroz com feijoada e
uma bela salada.
Aqui só como massa
e vivo com presão alta.
Meu Deus, só lhe faço um pedido:
Não me deixe morrer
com esse ar sem cheiro,
quero morrer ao lado da praia
com a brisa leve e suave.
Quero voltar a viver
junto à felicidade.

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domingo, setembro 27, 2009

CONFIRA COMO AS UNIVERSIDADES FEDERAIS VÃO ADOTAR O ENEM

27/09/09 - 10h00 - Atualizado em 27/09/09 - 10h00

Confira como as universidades federais vão adotar o Enem

Veja o balanço com o posicionamento de cada universidade.Instituições podem usar o exame de quatro maneiras diferentes.

Do G1, em São Paulo

Das 55 universidades federais, 46 instituições adotarão o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 9 definiram que não levarão em conta o resultado do exame em seu vestibular. As provas serão realizadas nos dias 3 e 4 de outubro.


São quatro as possibilidades de se utilizar a nota do Enem: como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas remanescentes, após o vestibular; ou combinado ao atual vestibular da instituição.

Neste último caso, a universidade define o percentual da nota do Enem a ser utilizado para a construção de uma média com a nota da prova do vestibular. Cada instituição de ensino superior divulga em seus editais em qual formato participará e e se há diferenças entre os cursos.

Veja a seguir a posição de cada uma das 55 univesidades federais:

Região Centro-Oeste

Univesidade de Brasília
Adotará o Enem no 1º vestibular de 2011 (modalidade a decidir)

Universidade Federal de Goiás
Utilizará já em 2009 como parte da nota (40%) da 1ª fase de seleção e para vagas remanescentes

Universidade Federal do Mato Grosso
Em 2009, utilizará a nota do Enem para seleção em fase única e para vagas remanescentes

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Em 2009, adotará o Enem como 1ª fase e para preencher vagas remanescentes. Em 2010, adotará como fase única

Universidade Federal de Grande Dourados
Em 2009, adotará o Enem para preencher vagas remanescentes. A partir de 2011, utilizará o Enem como fase única para 50% das vagas

Região Sudeste

Universidade Federal do ABC
Adotará Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal de São Carlos
A partir de 2010, utilizará o Enem como parte da nota do processo seletivo (50%) e para vagas remanescentes

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Todos os cursos adotarão o Enem ao menos como 1ª fase e para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
O Enem será usado como fase única já em 2009 para preencher 50% das vagas remanescentes e do processo seletivo. A outra metade será preenchida por meio do vestibular seriado (a 3ª etapa do vestibular seriado é a nota do Enem)

Universidade Federal de Uberlândia
Adotará Enem como 1ª fase em 2010

Universidade Federal de Viçosa
A partir de 2009, o Enem comporá 50% da nota final do vestibular e será adotado como critério para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal Fluminense
A partir de 2010, o Enem será usado para compor parte da nota da 1ª fase. A nota do Enem também servirá como bônus de 10% a 15% para compor a nota da 2ª fase de alunos das redes públicas

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Adotará o Enem como fase única já em 2009 e para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal do Espírito Santo
Aprovado uso do Enem em 1ª fase para 2009

Universidade Federal de Alfenas
Adotará o Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Utilizará o Enem como parte da nota (50%) da prova de conhecimentos gerais e para o preenchimento de vagas remanescentes

Universidade Federal de Itajubá
Adotará o Enem fase única para 4 cursos do campus de Itajubá e para todos os cursos do campus de Itabira. Para os demais cursos do campus de Itajubá, o Enem será usado como primeira fase

Universidade Federal de Juiz de Fora
A 1ª fase é obrigatória para todos os candidatos. No ato da inscrição, poderão autorizar que a universidade use a nota do Enem caso seja maior do que a nota da 1ª fase. Utilizará o Enem para vagas remanescentes

Universidade Federal de Lavras
O Enem será utilizado como fase única. Também manterá o processo seriado de ingresso em que a nota do Enem compõe a 3ª fase, além de utilizar o exame para vagas remanescentes

Universidade Federal de Minas Gerais
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para o vestibular de 2011.

Universidade Federal de Ouro Preto
A partir de 2009 utilizará o Enem como primeira fase do vestibular. A segunda fase será realizada por meio de processo seletivo próprio.

Universidade Federal de São João Del Rei
De 10% a 25 % das vagas (percentual em discussão) serão preenchidas pelo Enem como fase única. Os alunos poderão usar a nota para a 1ª fase do processo seletivo. O exame será usado para preencher vagas remanescentes

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Adotará o Enem como fase única e para preencher vagas remanescente já em 2009
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Adotará o Enem como 1ª fase

Região Sul


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Enem representará 10ª nota, com peso 1, no vestibular. Candidato deverá indicar se quiser que a nota do Enem seja usada

Universidade Federal do Rio Grande
Adotará o Enem como parte da nota (50%) e para vagas remanescentes

Universidade Federal de Pelotas
Adotará o Enem em fase única e para vagas remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal de Santa Catarina
Utilizará o Enem como parte da nota (20%) e para preencher vagas remanescentes. O aluno poderá optar por utilizar ou não a nota do no processo seletivo.

Universidade Federal do Paraná
A nota final do vestibular será composta de 90% da nota do vestibular e 10% da nota da prova objetiva do Enem

Universidade Federal de Santa Maria
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para os próximos vestibulares.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Adotará o Enem em fase única e discute adotar para vagas remanescentes

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Adotará o Enem em fase única e para preencher vagas remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal do Pampa
Adotará o Enem em fase única a partir de 2010 e discute adotar para vagas remanescentes

Região Nordeste


Universidade Federal do Vale do São Francisco
Adotará o Enem em fase única e para vagas remanescentes a partir de 2009. 50% das vagas serão reservadas para estudantes de escolas públicas

Universidade Federal da Bahia
Adotará fase única para os 4 cursos de bacharelado interdisciplinar e o curso superior de tecnologia

Universidade Federal do Maranhão
Adotará o Enem em fase única e para vagas remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal de Sergipe
Utilização do Enem para preenchimento de vagas remanescentes

Universidade Federal do Piauí
Adotará fase única para 50 % das vagas de todos os cursos e para preencher vagas
remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal de Pernambuco
Adotará o Enem para 1ª fase. Está em discussão o preenchimento de vagas remanescentes

Universidade Federal Rural de Pernambuco
Adotará o Enem em fase única e vagas remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal do Ceará
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para os próximos vestibulares.

Universidade Federal da Paraíba
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para os próximos vestibulares.

Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Adotará o Enem em fase única e para preencher vagas remanescentes a partir de 2009

Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para os próximos vestibulares.

Universidade Federal de Alagoas
A partir de 2009 utilizará o Novo Enem para preenchimento das vagas remanescentes. A partir de 2011 utilizará como fase única em seu processo seletivo

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Uso do Enem como fase única para 70% das vagas ofertadas e como parte da nota para 30% das vagas. Também será utilizado para preencher vagas remanescentes.

Universidade Federal de Campina Grande
Utilizará o Enem para ocupar as vagas remanescentes

Região Norte

Universidade Federal da Amazônia
A nota do Enem será usada como fase única para preencher 50% das vagas do processo seletivo. As outras 50% serão preenchidas por meio de avaliação seriada. O Enem também será usado para vagas remanescentes

Universidade Federal Rural da Amazônia
Não utilizará o Enem nos processos seletivos de 2009 e 2010

Universidade Federal do Acre
Utilizará o Enem a partir de 2009 para o preenchimento de vagas remanescentes

Universidade Federal de Roraima
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para o vestibular de 2011.

Universidade Federal de Rondônia
Usará o Enem em 2009 como fase única para 10% das vagas

Universidade Federal do Tocantins
A partir de 2009, usará o Enem como fase única para 25% das vagas de todos os cursos. As demais vagas serão preenchidas pelo processo seletivo próprio da universidade

Universidade Federal do Pará
Não utilizará o Enem no vestibular 2010. A universidade estuda a adoção da nota para o vestibular de 2011.

Universidade Federal do Amapá
Não utilizará o Enem no processo seletivo de 2009

Universidades novas (Projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional)

Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila)
Adotará o Enem em fase única. A operacionalização do processo está em fase de discussão

Universidade Federal da Integração Amazônica (Uniam)
Adotará o Enem em fase única

Universidade Luso Afro-Brasileira (Unilab)
Adotará o Enem em fase única. A operacionalização do processo está em discussão

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Adotará o Enem em fase única. Aluno de escola pública terá bônus
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GOVERNO ADMITE ERRO NA LOGÍSTICA DO ENEM EM SP

27/09/09 - 10h09 - Atualizado em 27/09/09 - 10h21


Governo admite erro na logística do Enem em SP
Empresa responsável pela avaliação busca solução para o caso.
Em determinado momento, distribuição dos alunos foi automática.
Da Agência Estado

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) admitiu erro de logística pontual na distribuição dos alunos que prestarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na cidade de São Paulo. Segundo o órgão, uma equipe formada por técnicos do instituto e pela Consultec, empresa responsável pela avaliação, busca solução para o caso. Para as provas, a capital paulista foi dividida em 15 regiões. Em 2008 eram apenas oito. Em uma mesma área ficaram, por exemplo, bairros distantes, como Santo Amaro e Capão Redondo. Mas, de acordo com o Inep, o problema não está na divisão do município e sim na forma como a distribuição foi feita.

Em um primeiro momento, as vagas disponíveis nas escolas foram preenchidas de acordo com o endereço fornecido pelos alunos. Porém, houve um momento em que sobraram inscritos em uma região e vagas em outra. A falha teria ocorrido nesse ponto, pois a distribuição dos alunos foi automática e não considerou a proximidade com a residência.

"Agora o Inep está tentando uma solução para o problema. Mas, por enquanto, não é possível mudar o local da prova", informou o órgão, por meio de sua assessoria de imprensa. O Inep ressaltou ainda que o erro na distribuição dos alunos foi identificado somente na cidade de São Paulo. Apesar da explicação, casos como o dos irmãos Tainah e José Ryuich Nozema, de 18 e 16 anos, respectivamente, permanecem sem resposta. Eles moram no mesmo endereço, na Vila Guilherme, zona norte, e se inscreveram juntos no Enem. No entanto, farão o exame em lugares completamente diferentes - ele, na Barra Funda, zona oeste, e ela, na Represa de Guarapiranga, no extremo sul da capital.

Neste ano, a Fuvest abriu uma opção aplaudida pelos candidatos: a chance de escolher o local de prova. A medida foi lembrada por vestibulandos que terão de percorrer até 33 quilômetros para fazer a prova do Enem. Além disso, a Fuvest comunica, com dois meses de antecedência, o local e a data do vestibular às empresas responsáveis pelo transporte público (SPTrans, CPTM e Metrô), energia e abastecimento e à Polícia Militar para garantir a tranquilidade do exame.
As mesmas medidas são adotadas pelas comissões dos vestibulares da Unesp e da Unicamp. "Se um local não estiver adequado, mudamos", diz José Coelho Sobrinho, coordenador de comunicação da Fuvest.
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sábado, setembro 26, 2009

O ORDINÁRIO E O EXTRAORDINÁRIO

Meu cunhado abriu a última gaveta da cômoda e retirou um pacote embrulhado com papel de seda. Isto, ele disse, não é combinação. Isto é uma lingerie.

Ele desembrulhou e entregou-me a peça. Era linda, de seda, feita à mão e bordada com rendas. A etiqueta de preço com um desenho enorme ainda estava afixada na peça.

Jan comprou-a na primeira vez que estivemos em New York, há uns 8 ou 9 anos atrás. Ela nunca usou. Ela estava guardando-a para uma ocasião especial. Bem, acho que agora é a ocasião.

Ele pegou a peça das minhas mãos e colocou-a na cama junto com as outras roupas que separamos para levar à funerária.

Ele acariciou a peça por um momento, bateu a gaveta, virou-se para mim e disse: -Nunca guarde nada para uma ocasião especial.

Todo dia é uma ocasião especial. Fiquei relembrando aquelas palavras durante o funeral e os dias que se seguiram, quando os ajudei, ele e a minha sobrinha a superar a tristeza que segue uma morte inesperada.

Fiquei pensando neles durante o vôo de volta para a Califórnia. Pensei em todas as coisas que a minha irmã não pôde ver, ouvir ou fazer.

Pensei nas coisas que ela fez sem perceber como elas foram especiais. Ainda continuo pensando nas palavras dele, elas mudaram minha vida.

Estou lendo mais e espanando menos. Fico sentada na cadeira admirando a vista do jardim sem a neura de ficar arrancando as ervas daninhas.

Estou gastando mais tempo junto com a minha família e amigos e menos tempo em reuniões de comitês.

Sempre que possível, a vida deveria ser uma experiência a ser saboreada, e não uma prova.

Estou tentando reconhecer estes momentos e usufruí-los. Não estou guardando nada; usamos todas as nossas porcelanas chinesas e os cristais para todos os eventos especiais como: perder alguns quilos, consertar um vazamento da pia, para a primeira florada das camélias, visto o meu blazer preferido para ir ao mercado quando sinto vontade.

Não estou guardando meu melhor perfume para festas especiais; os caixas em lojas e atendentes em bancos têm narizes que funcionam tão bem quanto os dos meus amigos de festas.

Algum dia e um dia desses estão perdendo a importância no meu vocabulário. Se for útil ver, ouvir e fazer, quero ver, ouvir e fazer agora. Não sei o que a minha irmã teria feito se soubesse que estaria aqui para o amanhã a que todos nós fomos permitidos. Acho que ela teria ligado para todos da família e a alguns amigos íntimos.

Poderia ter ligado para antigos amigos para se desculpar e reparar brigas do passado sem importância.

Penso que ela teria ido jantar em um restaurante chinês, sua comida favorita. Estou supondo... Nunca saberei... São essas pequenas coisas deixadas sem fazer que me deixariam brava se soubesse que o meu tempo seria limitado.

Brava por ter, algum dia, cancelado encontros com bons Amigos. Brava por não ter escrito cartas que pretendia ter escrito. Brava e arrependida por não ter dito mais freqüentemente ao meu marido e a minha filha o quanto eu realmente os amo.

Estou tentando muito não adiar, impedir, ou guardar alguma coisa que proporcione alegria e brilho a nossas vidas. E toda manhã quando abro meus olhos, digo a mim mesma que isso é especial. Todo dia, todo minuto, todo suspiro é realmente... um presente de Deus.

Faça isto, e colha o que semeou: sorte no amor, dos familiares, dos amigos e das pessoas que se preocupam com você.

Sentimentos profundos vem de amar os outros. Não faça isto, e sofrerá as conseqüências de estar mergulhado nos seus afazeres sendo ocupado demais para pensar nas coisas que realmente gosta.

A diferença entre o ordinário e o extraordinário... é somente um pequeno extra...

Autor Desconhecido
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A LEI DE ZECA PAGODINHO

Cadastrado em: 15/02/2008

Autoria: Nailor Marques

Artigo: Professor Robson Dutra compartilha o brilhante texto de Nailor Marques.

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Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.

Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou: "Não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço".

Como professor vejo que, às vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que faz.

Tenho a impressão que ensino no vazio (e sei que não estou só nesse sentimento) porque depois de formados meus ex-alunos parecem que se acostumam rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos juntos. Parece que quando meus meninos(as) caem no mercado de trabalho, a única coisa que importa é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta nem se alguém vai ser lesado nesse processo.

Aprenderam rindo, mas não querem passar o riso à frente nem se comovem com o choro alheio. Digo isso até em tom de desabafo, porque vejo que cada dia mais meus alunos se gabam de desonestidades. Os que passam os outros para trás são heróis e os que protestam são otários, idiotas ou excluídos, é uma total inversão dos valores. Vejo que alguns professores partilham das mesmas idéias e as defendem em sala de aula e na sala de professores e se vangloriam disso.

Essa idéia vem me assustando cada vez mais, desde que repreendi, numa conversa com alunos, o comportamento do cantor Zeca Pagodinho, no episódio da guerra das cervejas, e quase todos disseram que o cantor estava certo, tontos foram os que confiaram nele. "O importante, professor, é que o cara embolsou milhões", disse-me um; outro: "Daqui a pouco ninguém lembra mais, no Brasil é assim, e ele vai continuar sendo o Zeca, só que um pouco mais rico". Todos se entreolharam e riram, só eu, bobo que sou, fiquei sem graça.

O pior é quando a gente se dá conta que no Brasil é assim mesmo, o que vale é a lei de Gérson: "O importante é levar vantagem em tudo, certo?" (Lei de Gerson..! dá para rir..?). A pergunta é: É possível, pela lógica, que todo mundo ganhe ? Para alguém ganhar é óbvio que alguém tem de perder. A lógica é guardar o troco a mais recebido no caixa do supermercado; é enrolar a aula fingindo que a matéria está sendo dada; é fingir que a apostila está aberta na matéria dada, mas usá-la como apoio enquanto se joga forca, batalha naval ou jogo da velha; é cortar a fila do cinema ou da entrada do show; é dizer que leu o livro, quando ficou só no resumo ou na conversa com quem leu; é marcar só o gabarito na prova em branco, copiado do vizinho, alegando que fez as contas de cabeça; é comprar na feira uma dúzia de 15 laranjas; é bater num carro parado e sair rápido antes que alguém perceba; é brigar para baixar o preço mínimo das refeições nos restaurantes universitários, para sobrar mais dinheiro para a cerveja da tarde; é arrancar as páginas ou escrever nos livros das bibliotecas públicas; é arrancar placas de trânsito e colocá-las de enfeite no quarto; é trocar o voto por empregos, pares de sapato ou cestas básicas; é fraudar propaganda política mostrando realizações que nunca foram feitas: a lógica da perpetuação da burrice.

Quando um país perde, todo mundo perde. E não adianta pensar que logo bateremos no fundo do poço, porque o poço não tem fundo.

Parafraseando Schopenhauer: "Não há nada tão desgraçado na vida da gente que ainda não possa ficar pior". Se os desonestos brasileiros voassem, nós nunca veríamos o sol. Felizmente há os descontentes, os lutadores, os sonhadores, os que querem manter o sol aceso, brilhando e no alto.

A luz é e sempre foi a metáfora da inteligência. No entanto, de nada adianta o conhecimento sem o caráter. Que nas escolas seja tão importante ensinar Literatura, Matemática ou História quanto decência, senso de coletividade, coleguismo e respeito por si e pelos outros.

Acho que o mundo (e, sobretudo, o Brasil) precisa mais de gente honesta do que de literatos, historiadores ou matemáticos. Ou o Brasil encontra e defende esses valores e abomina Zecas, Gérsons, Dirceus, Dudas, Rorizes todos os que chamam desonestidades flagrantes, de espertezas técnicas, ou o Brasil passa de país do futuro para país do só furo.

De um Presidente da República espera-se mais do que choro e condecoração a garis honestos, espera-se honestidade em forma de trabalho e transparência.

De professores, espera-se mais que discurso de bons modos, espera-se que mereçam o salário que ganham (pouco ou muito) agindo como quem é honesto.

A honestidade não precisa de propaganda, nem de homenagens, precisa de exemplos. Quem plantar joio, jamais colherá trigo.

Quando reflexões assim são feitas cada um de nós se sente o palhaço perdido no palco das ilusões. A gente se sente vendendo o que não pode viver, não porque não mereça, mas porque não há ambiente para isso. Quando seria de se esperar uma vaia coletiva pelo tombo, pelo golpe dado na decência, na coerência, na credibilidade, no senso de respeito, vemos a população em coro delirante gritando "bis" e, como todos sabemos, um bis não se despreza. Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo!

E vamos todos rindo e afinando o coro do "se eu livrar a minha cara o resto que se dane".

Enquanto isso o Brasil de irmã Dulce, de Manuel Bandeira, do Betinho, de Clarice Lispector, de Chiquinha Gonzaga e de muitos outros heróis anônimos que diminuíram a dor desse país com a sua obra, levanta-se, caminha em silêncio até a porta, vira-se e diz:

- Esse é o problema... eu sou o palhaço.

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Fonte: http://www.robsondutra.com.br/artigos.php?id=15.

O MESTRE E A VAQUINHA

Um mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio muito pobre e resolveu fazer uma visita. Durante o percurso, ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, mesmo com pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar: não havia calçamento, a casa era de madeira, os moradores – um casal e três filhos – estavam vestidos com roupas rasgadas e sujas. O mestre se aproximou de um senhor, que, aparentemente, era o pai daquela família, e lhe perguntou:

"Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?"

O senhor, calmamente, respondeu:

"Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte nós produzimos queijo, coalhada, para o nosso consumo. Assim, nós vamos sobrevivendo..."

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por alguns momentos e foi embora. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:

"Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali à frente e a empurre. Jogue-a lá embaixo."
O jovem arregalou os olhos com espanto e, mesmo sem compreender, cumpriu a ordem. Empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.

Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante anos e, um dia, ele resolveu largar tudo, inclusive o mestre, e voltar àquele mesmo lugar para pedir perdão à família e ajudá-la no que fosse possível para compensar a perda da vaquinha.

Quando se aproximou do lugar, viu um sítio bonito, com árvores floridas, carro na garagem, crianças brincando no jardim. Ficou triste, pensando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertando o passo, chegou lá e perguntou ao caseiro sobre aquelas pessoas que antes morava ali.

Ele respondeu: - "Continuam morando aqui."

Espantado, o jovem entrou na casa, e viu que era a mesma família. Ele perguntou, então, ao dono da vaquinha:

"Como é que o senhor está tão bem de vida?"

E o senhor respondeu:

"Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Sem a vaquinha tivemos que fazer outras coisas, que nunca havíamos feito. Começamos a plantar, criar animais, pensar em novas formas de sobrevivência, e, assim, percebemos que éramos capazes de fazer coisas que nunca antes tínhamos imaginado. Assim, alcançamos o sucesso que você vê agora.

MORAL DA HISTÓRIA: Todos nós temos uma "vaquinha" que faz com que fiquemos escravos da rotina e de antigos hábitos. Descubra qual é a sua e aproveite para empurrá-la logo morro abaixo!

PENSE NISTO!

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Fonte: http://www.unioeste.br/projetos/peapli/arq/mensagem.rtf.

RUBEM ALVES: INÚTEIS E PERNICIOSOS

26/08/2003 - 02h41

Rubem Alves: Inúteis e perniciosos

RUBEM ALVES
colunista da Folha de S.Paulo

Resumindo: os vestibulares são, em primeiro lugar, inúteis. Um leitor, assustado com minha sugestão insólita de que os vestibulares sejam substituídos por um sorteio, enviou-me um e-mail em que me acusava de estar trocando um critério baseado na competência —critério racional, portanto— por um critério baseado na sorte, coisa irracional. Mas eu pergunto a você que conseguiu sobreviver à câmara de torturas: o vestibular os tornou competentes em quê?

Competência tem a ver com a capacidade de resolver problemas reais, situações tais como elas aparecem na vida. Em que o preparo para os vestibulares o tornou competente? Eu me arrisco a dizer que a única competência que o preparo para os vestibulares desenvolve é... a efêmera capacidade de passar nos vestibulares...

Efêmera, que dura apenas um dia. Tanto esforço, tanto sofrimento, para nada. Pois, como já demonstramos, essa capacidade logo desaparece no buraco negro do esquecimento. A memória é uma função da vida, do corpo. E o corpo não é bobo. Aquilo que não é instrumental para a vida é logo esquecido.

Pense na memória como um escorredor de macarrão. Um escorredor de macarrão é uma bacia cheia de furos. A gente põe o macarrão na água fervente para amolecer. Amolecido o macarrão, é preciso livrar-se da água. Jogam-se, então, macarrão e água no escorredor de macarrão. A água escorre pelos buracos, e o macarrão fica. A memória é assim: ela se livra do que não tem serventia por meio do esquecimento. E o que é que tem serventia? Duas coisas, apenas. Primeiro, coisas que são úteis, conhecimentos-ferramentas, conhecimentos que nos ajudam a entender e a fazer coisas.

(Note, por favor, que a utilidade é variável. Para os esquimós, é conhecimento instrumental a arte de fazer iglus. Mas esse conhecimento é inútil para beduínos no deserto. Para eles, o instrumental é fazer tendas. Conhecimentos que são úteis para as crianças das praias de Alagoas são totalmente inúteis para as crianças que vivem nas montanhas de Minas. Daí o absurdo dos programas que ensinam as mesmas ferramentas, como os nossos.)

A outra coisa que tem serventia são os prazeres. Prazeres não são ferramentas. Não têm uma função prática. Mas dão alegria. Dão sentido à vida. O corpo não se esquece dos prazeres. Educar, assim, tem a ver com as duas caixas que o corpo carrega: a caixa das ferramentas e a caixa dos brinquedos. Na caixa das ferramentas, estão os conhecimentos que são meios para viver. Na caixa dos brinquedos, os conhecimentos que nos dão razões para viver.

E eu pergunto: que ferramentas o preparo para os vestibulares lhe deu? Que prazeres? Ao final, o escorredor de macarrão fica vazio —não havia macarrão, só havia água.

Mas, além de serem inúteis, os vestibulares são perniciosos, por deformar a nossa capacidade de pensar. Eu lhe pergunto: o que é mais importante: saber as respostas ou saber fazer as perguntas? Se você me disser que o mais importante é saber as respostas, eu lhe digo: você já está obsoleto ou está a caminho da obsolescência. Porque uma das características do nosso momento histórico é o caráter efêmero das respostas. Quem sabe as respostas logo fica sabendo nada.

Pensar não é saber as respostas. Pensar é saber fazer perguntas. Sobre esse assunto, aconselho a leitura do prefácio à "Crítica da Razão Pura", de Kant, em que ele diz precisamente isso —que o conhecimento se inicia com as perguntas que fazemos à natureza. Mas essas perguntas surgem quando nós, contemplando a natureza, nos sentimos provocados por seus assombros.

O início do pensamento se encontra nos olhos que têm a capacidade de se assombrarem com o que vêem. Mas é precisamente isso, os olhos assombrados, que o preparo para os vestibulares destrói. Vestibulares são cega-olhos...

Schopenhauer tem um curto e delicioso texto sobre livros e leitura em que ele diz o seguinte: "Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: só repetimos o seu processo mental". Segue-se que "aquele que lê muito ou quase o dia inteiro (...) perde paulatinamente a capacidade de pensar por conta própria" —o que é o caso de muito eruditos, que "leram até ficar estúpidos".

Coisa semelhante acontece com aqueles que se preparam para os vestibulares: de tanto serem treinados para dar as respostas certas, acabam por perder a capacidade de fazer perguntas, a essência do pensamento inteligente. O preparo para os vestibulares, assim, é um processo estupidificador, um mecanismo pernicioso para a inteligência. Acrescente-se a isso o fato de que, devido à fúria da competição, os candidatos, no seu preparo, são forçados a abandonar tudo aquilo que tem a ver com a "caixa dos brinquedos", o que provoca um embrutecimento da sua sensibilidade.

O maior benefício da abolição dos vestibulares seria este: as escolas estariam finalmente livres dessa guilhotina horrenda no horizonte e poderiam se dedicar à tarefa de educar, de desenvolver a arte de pensar, que nada tem a ver com o preparo para os vestibulares.Rubem Alves, 69, é psicanalista e educador. Sobre suas idéias sobre os exames vestibulares, recomenda o livro que escreveu para crianças "No País dos Dedos Gordos" (Edições Loyola).

Site: http://www.rubemalves.com.br/

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Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u525.shtml

BRASIL PRECISA MELHORAR INDICADORES EDUCACIONAIS, DIZ ESPECIALISTA


Brasil precisa melhorar indicadores educacionais, diz especialista


14-Set-2009

Amanda Cieglinski
Agência Brasil

São Paulo - Os indicadores educacionais do Brasil precisam ser ampliados e ir além da análise de desempenho dos estudantes, defendeu a coordenadora de programas da Ação Educativa, Vera Masagão, durante debate hoje (15) sobre os dois anos do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Uma das principais ações do PDE, lançado em 2007, foi a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), uma espécie de termômetro da qualidade da educação. Ele leva em consideração o desempenho dos alunos nas avaliações que medem as competências em matemática e linguagens, além das taxas de aprovação e reprovação.
Para Vera, o Ideb é um indicador importante e produziu um bom impacto nas ações políticas dos gestores. Mas é necessário avaliar outras duas dimensões que compõem o universo escolar: a distribuição dos recursos e insumos escolares que influenciam na qualidade do ensino.
A especialista ressalta que nem sempre os recursos do orçamento da educação são alocados na área. “Em São Paulo a gente tem um programa de distribuição de leite para os alunos que custa R$ 200 milhões. Enquanto isso, o programa de formação de professores alfabetizadores custa R$ 17 milhões”, compara.
O ideal seria criar um indicador que pudesse medir exatamente o que é gasto em educação para avaliar o que está “dando certo em termos de investimento”. Outra dimensão que precisa ser avaliada, segundo Vera, são fatores como o corpo docente e a infraestrutura da escola.
“Precisamos saber qual é o regime de trabalho do professor, se a escola tem biblioteca, se tem computador, se tem papel higiênico nos banheiros, independente se isso vai interferir na nota de matemática ou não. A gente pode considerar todas essas coisas como valores”, disse.
Ainda sobre o Ideb, Vera disse que o índice não foi assimilado por professores e recomenda que os docentes recebam mais informações sobre o formato de avaliação do exame. "A prova não tem uma boa matriz pedagógica para orientar os professores. Eles não conseguem compreender bem o que está sendo medido", afirmou.

Edição: Lílian Beraldo
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