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domingo, fevereiro 28, 2010

FIM DOS TROTES VIOLENTOS JÁ!


26/02/2010 - 08h54

Procurador pede mais envolvimento da sociedade para acabar com trotes violentos

Ana Okada
Em São Paulo
*Atualizada às 10h19

É necessário mais envolvimento da sociedade para acabar com os trotes violentos, como o ocorrido na última segunda-feira (22), em Barretos (SP). Essa é a opinião de Jefferson Aparecido Dias, procurador regional dos direitos do cidadão. Ele é autor de recomendação publicada em setembro do ano passado, que pedia às universidades do Estado de São Paulo que coibissem a aplicação de trotes violentos.

"O envolvimento é importante tanto para evitar quanto para tomarmos posições mais severas, não dá para passar a mão na cabeça do aluno. Casos que são crime têm que ser sancionados, não dá para ser tratado diferente de um crime", diz.

A recomendação foi feita com base em quatro casos ocorridos no ano passado. Após o lançamento do documento, apenas duas ocorrências de trotes violentos foram registradas: a de Barretos e a de Fernandópolis, no início do mês. "Esse ano estava indo bem, porque só havia um caso, mas agora surgiu o de Barretos. Confesso que fico bastante entristecido", afirma o procurador.

O texto pede a prevenção e a repressão deste tipo de trote, caso venha a ocorrer. Para tanto, o MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo cobrou das universidades do Estado que providenciassem medidas de segurança contra a violência e desenvolvessem campanhas de orientação sobre o trote violento. Caso esse tipo de trote ocorra, o documento pede que as instituições punam os responsáveis e comuniquem a Procuradoria da República acerca das medidas adotadas. 

Segundo Dias, a maioria das instituições de ensino superior se comprometeu a prevenir a prática, enviando para as respectivas procuradorias cópias de folhetos e campanhas de orientação para prevenir a violência em trotes. Não há, no entanto, um instrumento que fiscalize, de perto, os trotes das faculdades. "Em Marília, pedi para um servidor da procuradoria acompanhar a matrícula e a primeira semana de aula dos calouros, mas nas cidades grandes isso é impossível. Por isso, contamos bastante com denúncias de familiares e alunos", explica.

Barretos

Os dois agressores responsáveis pelo trote violento aos sete calouros de Barretos (SP), devem depor sobre o ocorrido na delegacia de Jaborandi, na região de Ribeirão Preto, até sexta-feira (26).

Ronier Jorge Ferreira da Silva, de 30 anos, e Patrick Adriano de Souza, de 23, registraram boletim de ocorrência na delegacia de Jaborandi, por lesão corporal dolosa. Eles e outros cinco estudantes do Unifeb (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos) foram agredidos com uma substância, supostamente creolina, que causou queimaduras na pele. Os outros preferiram não registrar a ocorrência.


Os autores do trote são os veteranos Dionatan Kavamoto, de 20 anos, e Felipe Ferreira Troques Dib, de 24. O produto usado no trote foi levado por Dib e Kavamoto jogou o produto nos novatos.

O delegado Celso Spadacio, do 2º Distrito Federal de Barretos, vai esperar o laudo do IML, de corpo de delito dos calouros, e os depoimentos dos agressores para decidir o que fará. Se as lesões forem graves, o inquérito deverá ser aberto. Caso contrário, o caso será encaminhado ao Ministério Público para avaliação.

Além disso, apesar do trote ter sido fora do campus da Unifeb, o Conselho Universitário da instituição analisará o caso e os responsáveis poderão ser advertidos ou até expulsos, segundo o reitor Álvaro Fernandez Gomes. Em seusite, a instituição colocou à disposição dos alunos um canal para denúncias de abusos em trotes.

*Com informações da Agência Estado
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SARESP 2009: ALUNOS DO ENSINO MÉDIO VÃO MAL EM MATEMÁTICA E PROFESSORES FICAM DE "RECUPERAÇÃO"


26/02/2010 - 17h18

Saresp 2009: Alunos do ensino médio vão mal em matemática e professores ficam de "recuperação"

Ana Okada
Em São Paulo
Atualizada às 19h59

Mais da metade (58,3%) dos estudantes da terceira série do ensino médio da rede estadual de São Paulo têm desempenho em matemática considerado "insuficiente", segundo dados do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), divulgados nesta sexta-feira (26), pela Secretaria de Estado da Educação. 

A avaliação mediu os níveis de conhecimento em português e matemática de estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.


Piora matemática no ensino médio

A porcentagem de alunos com nível insuficiente em matemática no ensino médio (58,3%) aumentou em quatro pontos percentuais com relação à do ano passado, que foi de 54,3%. Alunos com conhecimento considerado "suficiente" representam 41,2% do total. Somente 0,5% dos estudantes estão no nível "avançado".

Porcentagens dos resultados do Saresp 2009 em matemática
4ª série do fundamental30,3%63,3%6,3%
8ª série do fundamental27,6%71,2%1,2%
3ª série do médio58,3%41,2%0,5%
InsuficienteAdequadoAvançado

O desempenho médio de matemática na terceira série do ensino médio foi 269,4, numa escala que vai de 0 a 500. Em 2008, a média foi 4,4 pontos maior: 273,8. 

Segundo o secretário da Educação, Paulo Renato Souza, o número deste ano é semelhante ao de 2007 e um dos fatores que contribuiu para o mau resultado é a formação e o nível de conhecimento dos docentes. "[A nota ruim dos alunos no Saresp] é um problema que temos que encarar e que é compatível com os resultados das provas de professores temporários e para promoção, em que, na parte objetiva, o desempenho em matemática foi menor", diz.

Notas de matemática no Saresp
4ª série do fundamental190,5201,3
8ª série do fundamental245,7251,5
3ª série do médio273,8269,4
20082009

"Recuperação"

O baixo desempenho em matemática no ensino médio, segundo o secretário, se deve ao nível de complexidade da disciplina, que é maior nos últimos anos do ensino médio; à idade dos alunos, que são, na maior parte adolescentes; e à formação dos docentes. "Isso não significa que estamos culpando os professores. Eles são vítimas da formação para docentes do Brasil, que tem muita teoria e ideologia e pouca prática", afirma.

Para complementar a formação dos cerca de 35 mil docentes da disciplina, a secretaria abrirá curso de matemática com duração de 240 horas, que será dado tanto para professores, quanto para coordenadores pedagógicos. 

As aulas serão elaboradas por professores da secretaria e de universidades. Elas serão ministradas no contraturno, por meio de teleaulas e atividades pela internet. As inscrições para a formação começam em 17 de março.

Os temas abordados se basearão tanto no desempenho dos estudantes no Saresp quanto nos conteúdos em que os professores apresentaram maior dificuldade nas provas de temporários e de promoção.

Português

Em português, os estudantes das três séries tiveram ligeira melhora no desempenho em relação ao ano anterior: o nível de aprendizado considerado "suficiente" teve aumento na proporção de estudantes tanto no ensino fundamental (de 66,8% para 68,8% no ciclo I, e de 72% para 75,1% no II), quanto no médio (de 66,2% para 69,8%).

Porcentagens dos resultados do Saresp 2009 em português
4ª série do fundamental20,9%68,8%10,3%
8ª série do fundamental22,5%75,1%2,3%
3ª série do médio29,5%69,8%0,7%
InsuficienteAdequadoAvançado


Notas de português no Saresp
4ª série do fundamental180190,4
8ª série do fundamental231,7236,3
3ª série do médio272,5274,5
20082009

Notas

A 4ª série foi a que teve maior aumento nas médias de português e matemática. Em português, a nota de 2009 foi de 190,4, contra 180 do ano anterior. Em matemática, a média foi 201,3, contra 190,5, em 2008.

Neste ano, a 8ª série ficou com médias 236,3 em português e 251,5 em matemática. A 3ª série do ensino médio, por sua vez, teve médias 274,5 e 269,4 em português e matemática, respectivamente.

O que é o Saresp?

Os exames do Saresp foram aplicados em 17, 18 e 19 de novembro de 2009, e cobraram as disciplinas de português, matemática, história e geografia dos alunos da 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio de escolas que aderiram à prova. Cerca de dois milhões de estudantes fizeram a prova. 

Nesta sexta, foram divulgados os resultados em português e matemática. As médias de história e geografia só serão publicadas posteriormente.
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BÔNUS PARA TRABALHADORES DA REDE ESTADUAL DE SP DEVE SAIR EM 25 DE MARÇO


26/02/2010 - 15h20

Bônus para trabalhadores da rede estadual de SP deve sair em 25 de março

Ana Okada
Em São Paulo
Atualizada às 16h03

O bônus para trabalhadores da Educação do Estado de São Paulo deve ser depositado até o dia 25 de março. Segundo o secretário da pasta, Paulo Renato Souza, o orçamento deste ano para o benefício é de R$ 800 milhões. A bonificação, que pode chegar a quase três salários, é baseada no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de 2009, divulgado nesta sexta-feira (26).


Global2,582,79
Ensino fundamental (ciclo I)3,353,85
Ensino fundamental (ciclo II)2,632,83
Ensino médio2,001,97
Idesp 2009Meta 2009Média atingida

Em 2009, o Idesp global foi de 2,79, numa escala de 0 a 10. O valor supera a meta estipulada pelo governo, que foi de 2,58. Dentre os níveis de ensino da rede, o médio foi o único que não atingiu a meta: a nota foi 1,97 e a média a ser alcançada era 2.

Das 5 mil escolas do Estado, 73% cumpriram metas e receberão bonificação. Entre as que estavam com índices baixos no ano passado, o cumprimento foi de 93%. Paulo Renato prevê que mais profissionais irão ganhar o bônus este ano, uma vez que o Idesp aumentou. As escolas devem receber os dados do índice na próxima semana.

O índice envolve as notas do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e o fluxo escolar (tempo que o aluno leva para cumprir um ciclo) e é um indicador criado pelo governo estadual para avaliar as condições da qualidade do ensino na rede, ajustado anualmente. 

Bônus é baseado em metas internacionais

A medida foi publicada em outubro de 2008. A cada ano, a secretaria anuncia a nota e a meta de cada escola. O projeto quer atingir, até 2030, as metas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade que reúne 30 países membros e que visa melhorar o acesso à educação.

O fator de cálculo do Idesp vai de 0 a 10. Cada escola recebe uma nota, baseada em avaliação dos alunos no Saresp e no fluxo escolar (tempo que o estudante leva para cumprir um ciclo). A meta ideal para alunos da 1ª a 4ª série do ensino fundamental é atingir 7; para estudantes de 5ª a 8ª séries, a meta é 6; e para os do ensino médio, a meta é 5.
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terça-feira, fevereiro 23, 2010

PROFESSOR VAI VIRAR ARTIGO DE LUXO

 22/02/2010 - Gazeta do Povo (PR)

Professor vai virar artigo de luxo
Carreira docente não goza de popularidade entre estudantes do ensino médio. É um mal sinal - na causa e no efeito

Apenas 2% dos jovens brasileiros se dizem interessados em seguir a carreira de professor. O dado é de um levantamento feito pela Fundação Carlos Chagas, a pedido da Fundação Victor Civita, com 1.500 estudantes de ensino médio de todo o país. O objetivo do estudo era medir a atratividade da carreira docente, que a contar pelos resultados não anda atraindo muita admiração. Enquanto carreiras como Medicina, Direito ou Engenharia estão no topo do ranking das mais procuradas, o curso de Pedagogia ocupa apenas a 36.ª posição em uma lista de 66 profissões preferidas pelos vestibulandos. 

Os motivos para o desinteresse vão desde a pouca afinidade com a profissão, passando pelo desestímulo da família e claro a falta de perspectiva com a baixa remuneração. detalhes da pesquisa realizada com os estudantes 

Insatisfação 

Estudante nem pensa em dar aulas 

Hélio Strassacapa, Jornal de Maringá Online 

O caso da estudante Ana Beatriz Britto Castilho, de 19 anos, é bastante coerente com o perfil traçado pela pesquisa. Cursando o segundo ano de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá (UEM), para ela esse deve ser o último contato com o ambiente da Educação. “Eu não tenho um pingo de vontade de dar aula”, afirmou. Vinda de colégio público, Ana já conhecia bem o que iria enfrentar se optasse pelo magistério. “O professor de Escola pública reclama muito do salário e das condições de trabalho, e isso desmotiva os estudantes. Eu tenho na família professores e me assusto com a realidade. Eu não aconselho ninguém a se tornar professor”, enfatizou. 

Para Ana, apenas os colegas mais velhos e que já atuam com o ensino infantil buscam o curso de Pedagogia para essa finalidade. Os demais percebem outras oportunidades que a graduação oferece e não demonstram interesse pelo magistério. Esse é o caso de Ana, que pretende trabalhar na área hospitalar. 
Sua recusa pelo magistério já é anterior à entrada na universidade. Ela já havia prestado três vestibulares para outras graduações, mas não passou em nenhum. “Escolhi (Pedagogia) porque era pouco concorrido”, confessa.De família 
Profissão e realização pessoal 

Na contramão das estatísticas, a estudante Cecília Pereira Kloster, 19, vê na profissão de professor a realização pessoal. 

De família de classe média, a jovem estudou a vida toda em colégios particulares. Boa aluna na Escola, ela teria nota para entrar em qualquer curso na Universidade Federal do Paraná, mas optou por pedagogia. Filha de professores, cresceu vendo o exemplo do pai, um entusiasta da profissão, segundo ela. 

“Minha motivação e o gosto por ensinar veio do exemplo dele”, conta. Quando estava no ensino médio, Cecília chegou a pensar em estudar Engenharia, mas depois se convenceu de que sua vocação é estar em contato com pessoas. “Despertar em alguém o desejo de aprender é algo que não tem preço”, defende. 
Cursando o segundo ano, ela já fez estágio e tem planos para a carreira. Não pensa em parar de estudar ao terminar a graduação. Quer se especializar e investir na formação. 

Com opinião e visão crítica, ela lamenta o estigma carregado pelos estudantes de Pedagogia. “Há um preconceito por parte dos estudantes de outros cursos, como se fôssemos menos capazes”, diz. 

O preconceito também é citado pela estudante Patrícia Oliveira Souza, 18 anos, que cursa o primeiro ano de Pedagogia na UFPR. Patrícia estudou a vida inteira em Escola pública e não frequentou cursinho preparatório para o vestibular. 

Ao contrário da maioria de muitos colegas, ela defende a profissão e diz que a escolha foi baseada na vocação. “Sempre sonhei em ser professora. Gosto de estar com as crianças”, conta. Patrícia reconhece que a profissão deveria ser mais valorizada, mas acredita que isso também depende de cada profissional. “Se você não se acomoda, investe na sua formação, procura se especializar você vai ser reconhecido”, afirma. 

Na percepção dos estudantes, ser professor significa trabalhar muito, ser mal remunerado e ter praticamente nenhum reconhecimento social. 

O estudo confirmou também uma tendência que já vem sendo observada nas últimas décadas. Com a falta de interesse de alunos de classe média nos cursos de Pedagogia, as vagas vem sendo preenchidas por estudantes de renda mais baixa, na maioria das vezes provenientes de Escolas públicas e que em alguns casos apresentam desempenho ruim nos estudos. De acordo com a pesquisa, 87% dos jovens que manifestaram a intenção de se tornar professores eram do ensino público. Além disso, o interesse pela profissão parece ser inversamente proporcional ao grau de instrução dos pais, ou seja, quanto mais estudo tem os pais, menos os filhos demonstram interesse pela docência. 

Na opinião da professora e doutora em Educação, Regina Maria Michelotto, para entender esses comportamentos é preciso uma visão histórica. “Até meados do século XX o professor era visto com prestígio, era um profissional valorizado cujo salário permitia uma vida digna. Com uma mudança social e econômica, a profissão vai perdendo status para outras e o jovem que antes escolhia a carreira com base em uma visão humanista e levando em conta a realização pessoal passa a decidir de acordo com o mercado”, explica. Para ela, o fato de alunos de renda menor estarem ocupando essa lacuna deixada pela classe média tem vantagens e desvantagens. Por um lado, esses jovens encontram uma oportunidade de ingressar no ensino superior e por conhecerem melhor a realidade de áreas mais pobres podem desenvolver um trabalho mais próximo das comunidades. Por outro, há o agravante de muitos escolherem a profissão não por vocação, mas sim pensando na baixa concorrência no vestibular. “Esse é um retrato da imensa desigualdade social no Brasil. O que resta para o aluno da Escola pública são os cursos de menor concorrência”, concorda a coordenadora de ensino superior da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sônia Adum. 

Nas universidades públicas do Paraná, o perfil dos estudantes que prestam o vestibular para o curso de Pedagogia é o mesmo do retratado na pesquisa nacional. Enquanto os candidados dos cursos mais visados, como Medicina e Direito, são de família com renda mais alta, estudaram em colégios particulares e frequentaram cursinhos preparatórios, os estudantes inscritos em Pedagogia em geral são provenientes de Escolas públicas, pertencem a famílias mais humildes e sequer frequentaram um cursinho. 

Nem a própria estudante Luiza Paula Michelotti sabe explicar ao certo porque marcou a opção Pedagogia no vestibular. Concluindo o último ano da graduação na Universidade Federal do Paraná, ela que chegou a cursar um semestre de Letras na Pontifícia Universidade Católica do Paraná mas desistiu, já pensa em tentar vestibular novamente. “Acho que vou prestar para desenho gráfico”, conta. Luiza reconhece que não tem interesse em dar aulas e não pretende seguir a carreira de professora. “Desde que entrei penso em desistir, mas aí fui levando. Fui fazer Pedagogia porque minha irmã também ia tentar e eu não sabia ao certo o que queria, tentei e passei”, admite. 


Exemplo 

Grande parte dos alunos ouvidos na pesquisa afirmou também que se sente desmotivada em seguir a carreira docente por presenciar as dificuldades que seus professores enfrentam em sala de aula. A imagem que os próprios professores passam da profissão tem influência sobre a opinião dos jovens, ou seja, boa vivência na Escola favorece uma aproximação com a ideia de ser professor. “O exemplo é fundamental, se o aluno vê o professor desmotivado, chegando na sala de aula já com uma postura derrotada, é claro que ele não vai querer isso para si próprio. Claro que a remuneração é importante, mas é preciso trabalhar também com a auto estima desses professores, com a formação, para que eles se sintam valorizados e isso se reflita em sala de aula despertando nos jovens a admiração pela profissão”, defende Sônia. 

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sábado, fevereiro 20, 2010

CHEGA DE LAMENTAÇÃO: ALUNO DA REDE PÚBLICA DEVE ACREDITAR EM SI


18/02/10 - 08h00 - Atualizado em 18/02/10 - 10h14

Opinião: Em vez de se lamentar, aluno da rede pública deve acreditar em si


Aprovação de vestibulandos em faculdades públicas serve de exemplo.
Sucesso depende de cada um e do quanto se está disposto a lutar por ele.
Cássia Maturano
Especial para o G1

Foto: Arte/G1

(Arte/G1)

Muito se discute sobre a qualidade do ensino das escolas públicas de nível fundamental e médio. Geralmente, em comparação com as instituições pagas (nem todas, é certo), elas são consideradas inferiores. E aqueles que as frequentam estariam, a princípio, fadados a um futuro pior, sem grandes possibilidades de ter uma vida com boas condições sociais e financeiras.

Em outras palavras, não teriam muita sorte: nasceram em famílias com limitações e perpetuariam sua história.


Com certeza, as características de onde se nasce e vive podem facilitar as coisas. A vida, no entanto, não é uma questão de sorte ou azar. É mais que isso: ela depende de um esforço e empenho pessoais para que as coisas aconteçam e se obtenha sucesso.
Exemplos
Neste ano, tivemos alguns exemplos de pessoas que, apesar de condições pouco favoráveis, conseguiram com seu esforço próprio, aliado ao estímulo familiar, começar a fazer uma mudança em sua história. Vieram de um meio socioeconômico mais limitado, estudaram em escolas públicas, mas foram aprovados em vestibulares de instituições públicas do país, em carreiras bastante concorridas.

É o caso de Priscila Bezerra da Silva, manicure, que, após tentar seis anos, conseguiu uma vaga de mecânica de projeto na Fatec, em São Paulo. Ou de Ada Geralda da Silva, que por quatro anos buscou uma vaga de engenharia em uma faculdade pública e foi aprovada, estudando por conta própria.
De Pernambuco, temos o exemplo de Jonas Lopes da Silva, que de cortador de cana entrou no vestibular de medicina, eliminando 34 concorrentes. Insistiu em seu sonho por quatro anos, quando trabalhava para pagar os estudos.

Com certeza, há outros exemplos, mas esses são os que chegaram ao conhecimento do público. São pessoas que não se curvaram ao seu destino ou ficaram lamentando a “má sorte”. Pelo contrário, arregaçaram as mangas e acreditaram que podiam fazer diferente. Tiveram paciência, não desanimaram nos primeiros obstáculos e foram em frente.

Os exemplos citados, de nenhum modo, fazem perder de vista a necessidade de uma mudança nas escolas públicas. Mas quem disse que estudar em escola particular de boa qualidade garante a alguém obter os resultados que esses três jovens obtiveram?

Tudo na vida demanda um esforço pessoal, mesmo que as condições que se tem sejam boas. Há pessoas que fazem um bom colégio, estudam nos melhores cursinhos, não precisam trabalhar e demoram tanto quanto esses jovens para entrar numa boa faculdade pública ou nunca entram.

Talvez esteja na hora de muitos pararem de se lamentar e achar que a culpa pelo fracasso seja do outro, principalmente da escola ou de alguma entidade superior. O sucesso depende de cada um e do quanto se está disposto a lutar por ele. 
Isso implica em sermos críticos e lutarmos por melhores condições no mundo. Como uma escola pública de qualidade.


Parabéns a esses jovens que não têm medo de lutar e as suas famílias que os apoiaram.

(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga) 

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