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quarta-feira, dezembro 27, 2006

PEDRO BIAL (?) E UM TEXTO SOBRE A MORTE

Como recebi esse texto pela Internet e por saber que nem sempre os créditos são dados devidamente ao seu autor, não posso afirmar com propriedade se esse texto é verdadeiramente do Pedro Bial ou não, porém, por tratar-se de um texto de boa qualidade e que nos leva a fazer algumas reflexões sobre a vida e a morte, resolvi reproduzi-lo:

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"Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos. Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.

Mas nada acontecia ali de risível, era dor e perplexidade, que é mesmo o que e causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si , é uma piada pronta.

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.

Como assim?

E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?

Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.

A troco do que?

Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...


De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.

Qual é?

Morrer é um chiste.


Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.

Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: vocêsem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas , mulheres e morre num sábado de manhã.

Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.

Isso é para ser levado a sério?

Tendo mais de cem anos de idade, vá , o sono eterno pode ser bem-vindo. nãomesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também rateia, sem falar quequase nada guardado nas gavetas. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.

Morrer é um exagero.

E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.

que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver.

Não se apegue às coisas pequenas e inúteis da Vida...

Perdoe....sempre!!

Perdoe....sempre!!

Perdoe....sempre!!

Perdoe....sempre!!".

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A Morte da Bailarina (Salvador Dalí- 1939)

Sempre tive muito medo de morrer, principalmente na adolescência. Acreditava que "morrer" era sinônimo de "acabar". Hoje ainda trago comigo algumas questões não respondidas, alguns mistérios mal resolvidos e, por ser assim, procuro não pensar na morte. Sei que ela existe, aliás, essa é a única certeza da nossa vida, a certeza de que (um dia) morreremos, porém, procuro não pensar. Há muito ainda por viver, há muito ainda por fazer... Que Deus, na sua infinita bondade, conceda-me 0 (seu) tempo necessário para fazer valer aqui na Terra cada minuto da minha existência.

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