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sábado, junho 25, 2016

A TAREFA DO PROFESSOR...





"A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome(...) " (Rubem Alves)







"Só quem conhece a magia da leitura pode dizer que sabe realmente ler, porque falar que sabe ler apenas por ter aprendido é como comer apenas para ficar vivo." (Joakim Antonio)


sábado, junho 11, 2016

10 DE JUNHO: DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


O dia 10 de junho foi escolhido como Dia da Língua Portuguesa em homenagem ao mais célebre poeta do idioma: Luís Vaz de Camões, que morreu em 10/6/1580.



quinta-feira, junho 09, 2016

ALFABETIZAR-LETRANDO NO ENSINO FUNDAMENTAL (Profa. ELAINE ASSOLINI)

Profa. Elaine Assolini - GEPALLE (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização, Leitura e Letramento)
USP - Ribeirão Preto - SP.

Parece que já é sabido pelos professores alfabetizadores que não basta apenas alfabetizar. É, preciso, também, letrar.
Esse entendimento motiva-nos a discorrer sobre os fenômenos da alfabetização, do letramento e, também, sobre a proposta pedagógica Alfabetizar-Letrando.
Cumpre ressaltar que nos filiamos à Teoria Sócio-Histórica do Letramento, tal como concebida por TFOUNI (1994, 1995, 1997,1998, 2010, 2013, 2015). A teoria por ela formulada tem suas bases teóricas na Análise de Discurso de Matriz Francesa (pecheuxtiana) e na Psicanálise Freudo-Lacaniana.
Uma das contribuições da pesquisadora é elucidar a diferença entre alfabetização e letramento. Esse se ocupa das transformações que envolvem uma sociedade como um todo, quando essa faz uso amplo da escrita. Como consequência, podemos entender que, em uma sociedade letrada como a nossa, todos os indivíduos sofrem a influência, mesmo que indiretamente, da escrita. Sendo assim, não há como pressupor indivíduos agráfos ou iletrados, posto que, todos nós, em diferentes graus, obviamente, possuímos saberes sobre a escrita. Somos todos letrados, em diferentes níveis, portanto. 
O letramento, cumpre ressaltar, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade, observando as mudanças sociais e discursivas quando ela se torna letrada.  Os estudos sobre o letramento não se restringem a pessoas alfabetizadas, vão além, buscam investigar aqueles que ainda não dominam a escrita, os não alfabetizados. As investigações abarcadas pelo letramento não se restringem a dimensões individuais ou particulares, mas, isto sim, concentram-se no social (cf. TFOUNI, 1995).
A alfabetização, por sua vez, relaciona-se ao processo de aquisição individual de habilidades requeridas para a leitura e escrita, como é o caso das proposições dos métodos tradicionais (sintético, fonético) ou, ainda, como processo de representação de objetos diversos, de naturezas diferentes, como propõe a Psicogênese da Língua Escrita, pensada por Ferreiro e Teberosky.
É pertinente observar que, tanto os métodos tradicionais de alfabetização quanto a proposta da Psicogênese, que se dispõe a descobrir o sujeito cognoscente, ou seja, aquele que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e responder às interrogações que esse mundo traz, não consideram um aspecto fundamental relacionado à alfabetização, qual seja: a sua incompletude.
Em ambos os casos tem-se a ilusão ou ideia equivocada de que a alfabetização chegaria a um fim, quer no momento em que o sujeito viesse a dominar sílabas, palavras, pequenas frases ou produzisse pequenos textos, quer quando se tem um trabalho pedagógico que busca fazer o sujeito deslocar-se dos níveis em que se encontra, indo do nível pré-silábico ao alfabético.
Contrapondo-se a esse entendimento, entendemos, em concordância com Tfouni (1995), que o melhor seria não falar em alfabetização simplesmente, como se houvesse um começo, um meio e um fim, mas, isso sim, pensarmos em graus ou níveis de alfabetização, o que nos permitirá observar os diferentes movimentos do sujeito e seus avanços ou limitações.
Tendo discorrido brevemente sobre a alfabetização e o letramento, iremos nos concentrar na proposta pedagógicaAlfabetizar-Letrando, formulada por Tfouni, no início dos anos noventa. De acordo com a autora, o processo de alfabetização letrada pode ser levado a efeito “(...) tanto pela inserção de práticas de leitura e escrita em contextos cognitivos e comunicativos de experiência partilhada quanto pelo conhecimento da criança sobre portadores de texto que estão servindo a essas práticas letradas num dado momento histórico (TFOUNI, 1994, p.6). Ainda, de acordo com a pesquisadora, “(...) esse processo permite que a criança se torne um ativo participante na conversação histórica de sua cultura” (TFOUNI, 1994, p.6).
Desde o ano 2003, vimos aprimorando a proposta formulada por Tfouni (1994). Uma das questões por nós reforçadas diz respeito à realização de práticas pedagógicas escolares que procuram mostrar aos alunos a finalidade da escrita, sua utilidade prática e social, em um dado momento histórico. Mostrar a finalidade e a utilidade da escrita não significa desenvolver atividades pedagógicas que se restrinjam a mostrar, recortar e colorir rótulos de embalagens, bulas de remédio, impressos de contas de água e luz, por exemplo. É preciso mostrar as características socioculturais desses portadores de texto, bem como o seu funcionamento ideológico e discursivo. Para tanto, o professor, juntamente com os alunos, precisa compreender o texto como objeto simbólico e, assim, desconstruir o seu funcionamento ideológico.
Vimos insistindo, também, em um trabalho pedagógico diário que instigue a produção linguística, oral ou escrita. É imprescindível que sejam oferecidas oportunidades para que os alunos ocupem diferentes posições nos textos por eles produzidos, o que lhe permite expressar sua subjetividade, suas emoções, sentimentos, a partir do interdiscurso que os constitui.
É essencial também que o professor se preocupe em desenvolver atividades didático-pedagógicas que proporcione condições favoráveis de produção para o desenvolvimento da oralidade. Trabalhar a oralidade, em sala de aula, envolve ensinar o aluno a escutar e a se escutar. Alguns professores restringem o trabalho com a oralidade a situações em que o aluno se expressa oralmente, esquecendo-se da importância da escuta.  Levar os alunos a compreenderem que os nossos dizeres produzem diferentes efeitos de sentido contribui para que se tornem alfabetizados e letrados.
Essas são algumas das muitas atividades que o professor pode desenvolver em sala de aula para alfabetizar o estudante de maneira a torná-lo letrado. Muitas outras são conhecidas e praticadas pelos professores, certamente.
De qualquer forma, na contemporaneidade, é preciso ir além da alfabetização, posto que todos o alunos chegam à escola já tendo alcançado algum nível de letramento. Além disso, alunos alfabetizados e letrados são capazes de duvidar, estranhar e questionar o contexto sócio-histórico no qual se insere, os sentidos que lhes são disponibilizados, os acontecimentos à sua volta e a sua própria responsabilidade como sujeito cujos dizeres e ações não são neutras.
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12 LIVROS INDISPENSÁVEIS PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Heloisa Ramos, consultora de Nova Escola, revirou sua biblioteca e fez pesquisas cuidadosas para eleger os livros que todo professor de Língua Portuguesa precisa conhecer. Inicialmente escolheu 10 títulos, mas lembrou de mais dois, um mais clássico e outro de publicação recente, e fechou uma lista ainda mais completa. Junto de cada obra, você vai ler o que ela descreve sobre o livro e qual sua importância.


“Procurei por títulos que tratam da formação do leitor e do escritor, têm como foco a oralidade e o trabalho com a linguagem”, conta. Ela se emociona ao dizer o que eles representaram em sua trajetória. Antes de conhecer os títulos que ela selecionou, vale ler seu depoimento (e se emocionar também): “Esses livros foram, pouco a pouco, ocupando as prateleiras das minhas estantes durante meu percurso profissional, como professora, autora de livro didático e formadora. Desde que iniciei minha carreira de professora de Língua Portuguesa, não parei de me atualizar. O mundo gira, as pesquisas avançam e a sala de aula não pode ficar ausente das transformações. As ciências que estudam a linguagem tiveram grande evolução nos últimos cem anos e revolucionaram o ensino das línguas. Sempre fui atrás de cursos e leituras que respondessem às minhas inquietações e desassossegos. Dessa forma, a teoria vinha preencher o que estava procurando e iluminava a minha prática. Foi assim que me encantei quando descobri a dimensão interacionista e dialógica da linguagem, o ensino da leitura e da escrita dos gêneros textuais, a leitura para além da decifração, que leitura literária e gêneros orais devem compor o currículo e o lugar de ‘prestador de serviço’ que o estudo gramatical ocupa em função da compreensão e da produção de textos orais e escritos. Em função da constatação de que tais concepções na prática promovem real aprendizagem da língua em uso, passei a defender que o objetivo primeiro do ensino de LP é formar usuários que façam uso adequado e competente da língua, produzindo e compreendendo a linguagem oral e escrita. Tudo o que disse resumidamente aqui está esplendidamente desenvolvido nas obras citadas. Eterno agradecimento aos autores de livros tão queridos.”
Veja abaixo quais livros para você ler, reler e consultar sempre (e não só ficar nas estantes!), conforme a sugestão da Helô:
portos
Portos de Passagem, João Wanderley Geraldi, 288 págs., Ed. WMF Martins Fontes, tel. (11) 3292-2660, 54,90 reais. Um dos mais influentes teóricos na mudança de paradigma do ensino de Língua Portuguesa no país, fundamentado especialmente na perspectiva interacionista, Geraldi propõe três práticas para esse ensino: leitura, produção e análise linguística. Portos de Passagem é uma obra inaugural dos conceitos hoje presentes nos documentos que orientam o ensino de Língua Portuguesa. É um livro de reflexão e estudo sobre as práticas tradicionais e as práticas fundamentadas na linguagem vistas como espaço de interação.
o texto na
O Texto da Sala de Aula, João Wanderley Geraldi, 125 págs., Ed. Ática, tel. 4003-3061, 34,90 reais. Coletânea de doze artigos escritos por Geraldi e por sete outros autores. Organiza-se em torno de quatro tópicos: fundamentos, práticas de sala de aula, sobre a leitura na escola e sobre a produção de textos na escola.
generos orais
Gêneros Orais e Escritos na Escola, Bernard Schneuwly, 240 págs., Ed. Mercado de Letras, tel. (19) 3241-7514, 66 reais. Existe pouco material para orientar o professor que pretende desenvolver a linguagem oral de seus alunos. A obra é, portanto, preciosa. O conceito de linguagem oral foge da oralidade espontânea e a coloca como expressão planejada de caráter público e formal. Seleciona a exposição oral e o debate regrado com exemplos detalhados.
preconceito
Preconceito Linguístico, Marcos Bagno, 352 págs., Ed. Parábola Editorial, tel. (11) 5061-9262, 30 reais. O livro é uma referência na área da ciência da linguagem e no ensino da Língua Portuguesa. A obra explicita conceitos importantes, como preconceito linguístico, letramento, ortografia e noção de erro, ou mal compreendidos, como a confusão entre “norma padrão” e “norma culta”.
gramatica pedagogica
Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, Marcos Bagno, 1056 págs., Ed. Parábola Editorial, tel. (11) 5061-9262, 127 reais. Obra que ajuda o professor que quer levar para a sala de aula o estudo da Língua Portuguesa do Brasil. Contribui para a formação dos professores em serviço e os que estão se formando. É uma gramática pedagógica para formar professores, não didática. Descreve o português contemporâneo usado pelos brasileiros escolarizados das grandes cidades do país.
letramento
Letramento: Um Tema em Três Gêneros, Magda Soares, 128 págs., Ed. Autêntica, tel. (11) 3034-4468, 41 reais. Conceitua e defende o letramento como um direito humano absoluto, independentemente das condições econômicas e sociais em que um dado grupo humano esteja inserido. Aborda o tema sob três gêneros diferentes: verbete para o professor-leitor; texto didático para professor-leitor-estudante (que orienta a reflexão do professor); ensaio para profissionais que buscam suporte teórico para avaliar e medir letramento e alfabetização.
generos textuais
Gêneros Textuais e EnsinoÂngela Paiva Dionisio (org.),248 págs., Ed. Parábola Editorial, tel. (11) 5061-9262, 37 reais. Este livro conceitua os gêneros textuais de forma esclarecedora. Destaco o capítulo Gêneros textuais: definição e funcionalidade, de Luiz Antônio Marcuschi. Além dos suportes teóricos, apresenta práticas de ensino, com propostas didáticas para o trabalho com os gêneros textuais.
o texto e construcao
O Texto e a Construção dos Sentidos, Ingedore Villaça Koch, 128 págs., Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838, 23 reais. Este livro fornece elementos para o professor ampliar seu conhecimento teórico de como se dá o processo de produção textual, concebido como atividade interacional, na produção de sentido nas modalidades escrita e falada da língua.
letramento literario
Letramento Literário: Teoria e Prática, Rildo Cosson, 144 págs., Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838, 29 reais. Leitura de literatura se ensina. Esse é um livro que discute o valor social da literatura e analisa teoricamente o processo de leitura. Apresenta práticas do letramento literário, em sala de aula, com exemplos.
aula de port
Aula de Português: Encontro e Interação, Irandé Antunes, 184 págs., Ed. Parábola Editorial, tel. (11) 5061-9262, 29 reais. Indico para o professor iniciante que quer ampliar a compreensão de um ensino de língua que forma bons usuários dessa língua. A autora parte de uma reflexão e, assumindo a dimensão interacional da linguagem, propõe um ensino para a escrita, a leitura, a gramática e para a oralidade, sem esquecer-se da avaliação.
estrategias de leitura
Estratégias de Leitura, Isabel Solé, 194 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 78 reais. Neste livro, a espanhola Solé destrincha sobre o que ocorre quando lemos e pretende contribuir para o debate conceitual e prático sobre o ensino da leitura. Afirma que o leitor dialoga com o texto o tempo todo, e que o processo de leitura não é simples: “Cabe ao educador oferecer às crianças os segredos que utilizam quando eles próprios leem”, conforme escreve a pedagoga Cristiane Pelissari nesta resenha.
multiletramentos
Multiletramentos na Escola, Roxane Rojo e Eduardo Moura, 264 págs., Ed. Parábola Editorial, (11) 5061-9262, 42,50 reais. Num mundo em que crianças e jovens produzem materiais diversos, sejam vídeos ou animações, por exemplo, o professor não pode se restringir ao letramento. Conforme indica o livro, ele precisa ampliar sua forma de trabalho para responder aos desafios que a tecnologia impõe. Para explorar o assunto, o título explora o conceito de multiletramentos e explica o que isso significa: é a forma de o professor trabalhar partindo das culturas de referência dos alunos.
Esperamos que tenha aproveitado e se inspirado para escolher suas próximas leituras!
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Fonte: Nova Escola

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