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quarta-feira, setembro 14, 2011

VYGOTSKY E O CONCEITO DE PENSAMENTO VERBAL



Para Vygotsky, é o pensamento verbal que nos ajuda a organizar a realidade em que vivemos
Camila Monroe e Rodrigo Ratier (novaescola@atleitor.com.br)

Um dos grandes saltos evolutivos do homem em relação aos outros animais se deu quando ele adquiriu a linguagem, ou seja, quando aprendeu a verbalizar seus pensamentos (leia o trecho de livro na página seguinte). É por meio das palavras que o ser humano pensa. A generalização e a abstração só se dão pela linguagem e com base nelas melhor compreendemos e organizamos o mundo à nossa volta. Um dos maiores estudiosos sobre essa habilidade humana foi o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934), que em meados dos anos 1920 criou o conceito de pensamento verbal (leia um resumo do conceito na última página)

Voz do pensamento. Foto: Washington University, St. Louis




Voz do pensamento | Vygotsky com a filha, Gita, em 1932. Ele realizou experimentos com crianças para entender qual a função da união entre a linguagem e o pensamento e sua relação com a evolução





Vygotsky dedicou anos de estudo para compreender as relações entre o pensamento e a linguagem - e esse foi um dos maiores acertos de seu trabalho. Até então, os estudos sobre o tema buscavam dissecar os dois conceitos isoladamente. De acordo com João Batista Martins, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), entender o desenvolvimento humano desmontando as partes que o constituem é errado. "Vygotsky reconhecia a independência dos elementos, mas afirmava que o caminho era compreender como um se comporta em relação ao outro, como eles interagem em suas fases iniciais", explica. 
Para compreender essas relações, Vygotsky buscou analisar o desenvolvimento da criança. De acordo com ele, mesmo antes de dominar a linguagem, ela demonstra capacidade de resolver problemas práticos, de utilizar instrumentos e meios para atingir objetivos. É o que o pesquisador chamou de fase pré-verbal do pensamento. Ela é capaz, por exemplo, de dar a volta no sofá para pegar um brinquedo que caiu atrás dele e que não está à vista. Esse conhecimento prático independe da linguagem e é considerado uma inteligência primária, também encontrada em primatas como o macaco-prego, que usa varetas para cutucar árvores à procura de mel e larvas de insetos. 
Embora não domine a linguagem como um sistema simbólico, os pequenos também utilizam manifestações verbais. O choro e o riso têm a função de alívio emocional, mas também servem como meio de contato social e de comunicação. É o que Vygotsky chamou de fase pré-intelectual da linguagem. Essas fases podem ser associadas ao período sensório-motor descrito pelo psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), no qual a ação da criança no mundo é feita por meio de sensações e movimentos, sem a mediação de representações simbólicas. "É a fase na qual a criança depende de sentidos como a visão para atuar no mundo e se manifesta exclusivamente por meio de sons e gestos, ligados à inteligência prática", diz Martins. 
Por volta dos 2 anos de idade, o percurso do pensamento encontra-se com o da linguagem e o cérebro começa a funcionar de uma nova forma. A fala torna-se intelectual, com função simbólica, generalizante, e o pensamento torna-se verbal, mediado por conceitos relacionados à linguagem.

O significado das palavras une pensamento e linguagem

No livro Vygotsky - Aprendizado e Desenvolvimento, um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl, professora da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o significado das palavras tem papel central: é nele que pensamento e linguagem se unem. Para Vygotsky, os significados apresentam dois componentes: o primeiro diz respeito à acepção propriamente dita, capaz de fornecer os conceitos e as formas de organização básicas. Por exemplo, a palavra cachorro: ela denomina um tipo específico de animal do mundo real. Mesmo que as experiências e a compreensão das pessoas sobre determinado elemento sejam distintos, de imediato o conceito de cachorro será adequadamente entendido por qualquer pessoa de um grupo que fale o mesmo idioma.
O segundo componente é o sentido. Mais complexo, é o que a palavra representa para cada pessoa e é composto da vivência individual. Vygotsky pretendeu ir além da dimensão cognitiva e inscreve a criança em seu universo social, relacionando afetividade ao processo de construção dos significados. Desse modo, concluiu que uma pessoa traumatizada com algum episódio em que foi atacada por um cachorro, por exemplo, dará à palavra uma acepção diferente e absolutamente particular - agressão, medo, dor, raiva ou violência, por exemplo.
O sentido também está relacionado ao intercâmbio social (leia a questão de concurso na próxima página). Quando vários membros de um mesmo grupo se relacionam, eles atribuem, com base nessas relações, interpretações diferentes às palavras. É isso o que ocorre na escola. Ao começar a frequentá-la, a criança recebe a intervenção do educador, o que fará com que a transformação do significado se dê não mais apenas pela experiência vivida, mas por definições, ordenações e referências já consolidadas em sua cultura. Assim, ela não vai só aprender que a Lua é diferente de uma lâmpada - em algum momento da vivência com qualquer indivíduo mais velho -, como também acrescerá outros sentidos às palavras, entendendo que a Lua é um satélite, que gira em torno da Terra, que é diferente das estrelas e daí em diante. "Esse é um processo que nunca acaba, que continua ocorrendo até deixarmos de existir", conclui Martins.

Trecho de livro
"A comunicação por meio de movimentos expressivos, observada principalmente entre animais, é mais uma efusão afetiva do que comunicação."
Lev Vygotsky no livro A Construção do Pensamento e da Linguagem

Comentário
O homem ganha o status de animal racional quando passa a dominar a linguagem. Animais se expressam por meio de gestos e sons, o que, para Vygotsky, não é exatamente comunicação, já que não existe a intenção explícita de se comunicar. A linguagem surge pela necessidade do ser humano de se comunicar com o outro para fortalecer o grupo e organizar o trabalho.

Questão de concurso

Prefeitura Municipal de Patos, MG, 2010
Concurso para Professor das séries iniciais do Ensino Fundamental


Vygotsky foi um dos teóricos interacionistas na área da Psicologia que tem influenciado pesquisas e práticas pedagógicas. Sobre suas concepções em relação ao desenvolvimento da criança, analise as alternativas abaixo e marque a alternativa INCORRETA:

a) Para Vygotsky a construção do pensamento e da subjetividade é um processo cultural e não uma formação natural e universal da espécie humana.
b) A construção do pensamento, de acordo com Vygotsky, ocorre por meio do uso de signos e do emprego de instrumentos elaborados na história humana.
c) Segundo a perspectiva vigotskiana, os signos não são criados nem descobertos pelos sujeitos, mas construídos e apropriados com base na relação com parceiros mais experientes que emprestam significações a suas ações em tarefas realizadas conjuntamente.
d) Entre outros signos, a apropriação pela pessoa da linguagem de seu grupo social constitui o processo mais importante no seu desenvolvimento.
e) De acordo com Vygotsky, o pensamento humano é formado primordialmente pelas aptidões geneticamente determinadas e amadurecidas com base na estimulação ambiental.

Resposta correta: E

Comentário
Para Vygotsky, a criança se inscreve desde os seus primeiros dias num sistema de comportamento social em que suas atividades adquirem significado. Sua relação com o ambiente se dá por meio da relação com outras pessoas, situação em que é oferecido a ela um conjunto de acepções, já culturalmente enraizado no grupo em que ela foi inserida. Os significados, por sua vez, são interiorizados ao longo de seu processo de desenvolvimento, culminando com o aparecimento do pensamento verbal. Assim, o pensamento verbal - síntese entre a atividade prática e a fala - é uma forma de comportamento que se circunscreve num processo histórico-cultural e suas características e propriedades não podem ser vislumbradas nas formas naturais da fala e do pensamento.

Resumo do conceitoPensamento verbalElaborador: Lev Vygotsky (1896-1934)

É a capacidade humana de unir a linguagem ao pensamento para organizar a realidade. Para Vygotsky, o pensamento deixa de ser biológico, como o dos primatas, para se tornar histórico-social, diferenciando o homem dos outros animais. Sua principal marca é a construção dos significados das palavras. Ele surge por volta dos 2 anos de idade, quando a criança passa a dominar a fala e construir seus conceitos sobre os objetos.

Quer saber mais?
CONTATO
João Batista Martins

BIBLIOGRAFIA
A Construção do Pensamento e da Linguagem
, Lev Vygotsky, 520 págs., Ed. WMF Martins Fontes, tel. (11) 2167-9900, 71,76 reais
Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento, um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl de Oliveira, 112 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161-700, 30,90 reais
Vygotsky & a Educação, João Batista Martins, 112 págs., Ed. Autêntica, tel. (31) 3222-6819 (edição esgotada)
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http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/vygotsky-conceito-pensamento-verbal-639053.shtml?page=0
Fonte: 


TEORIAS E ESPECIALISTAS DA EDUCAÇÃO


Para compreendermos como acontece a aprendizagem é preciso direcionar a ação educativa na direção de conhecimentos teóricos aprofundados. Para isso é necessário haver estudos teóricos que possam direcionar o professor ao conhecimento dos mecanismos de aprendizagem.
Muitas vezes o professor não é capaz de descrever com exatidão a teoria que o orienta, todavia, as suas ações podem mostrar evidenciar essa teoria. Já que, seu conceito de aprendizagem e seu posicionamento teórico estão presentes na forma como ele traça os objetivos e as técnicas que irá utilizar na sua ação didática.
Os estudos mostram que existem duas grandes linhas da teoria da aprendizagem, a comportamental que entendem a aprendizagem como uma de mudança do comportamento através de estímulos e respostas e a cognitiva que percebem a aprendizagem como algo capaz de modificar conceitos, percepções e padrões de pensamento através de uma organização interior. Temos alguns especialistas que contribuíram para o desenvolvimento da pedagogia e suas teorias:
Skinner: acredita na modelagem do comportamento, no condicionamento operante e na influência do meio-ambiente no comportamento. Valoriza o acumulo de conhecimentos e de práticas sociais. O educando é um ser passivo e receptor de informações e o educador um controlador da aprendizagem.
Freinet: a criança constrói através do fazer e refazer das atividades, sendo a educação a serviço da causa social. A aprendizagem é feita através da ação experimental e da valorização do erro e do acerto. O educando assume o papel de pesquisador e autônomo na construção do seu conhecimento. Já o educador é um estimulador de transformações sociais e educacionais.
Bruner: relaciona a aprendizagem às situações já vivenciadas, ressaltando a importância do pensamento intuitivo. Existe o cultivo de uma excelência do produto da aprendizagem. O educando é um participante ativo na busca do desenvolvimento intelectual e o educador incentivador da aprendizagem.
Vygotsky: há uma relação entre pensamento e linguagem, estimulando a consciência critica e o respeito as potencialidades. O aluno é visto como sujeito da aprendizagem e o centro do processo, sendo o educador o responsável pela compreensão desse processo.
Piaget: sua teoria é baseada na pesquisa da evolução mental da criança e nas fases evolutivas da aquisição de conhecimentos. O processo educacional pode se dá através da vivencia concreta e dos jogos. O educando é agente da aprendizagem e o professor o organizador das situações.
Paulo Freire: acredita que deve haver o compartilhar do saber através de um processo de mútua troca do saber. O educador deve conduzir o aluno na percepção da leitura do mundo que o cerca, pois só é possível conquistar o saber se aprendermos a analisar o mundo em que vivemos.
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Fonte: http://www.infoescola.com/pedagogia/teorias-e-especialistas-da-educacao/
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/noticias/43613/teorias-e-especialistas-da-educacao/?utm_source=twitter&utm_medium=noticias&utm_content=8020&utm_campaign=twitter

domingo, setembro 11, 2011

AMIGOS - HAY AMIGOS...

Recebi essa linda mensagem de uma amiga, Magda Regina Pereira Bizio!!!! Obrigada pelo carinho! ___________________________

sábado, setembro 10, 2011

EPTV NA ESCOLA - Tema: "Bullying: quando a brincadeira perde a graça".

Dia 08/09/2011, quinta-feira, minhas alunas da 8ª A e 8ª B da EE Maurício Montecchi - Pitangueiras - SP., que participaram do Concurso EPTV na Escola: "Bullying: quando a brincadeira perde a graça" e passaram pela 1ª fase, foram conhecer a emissora - EPTV de Ribeirão Preto-SP. (afiliada da Rede Globo) e na sequência, foram fazer um tour pelo Shopping. Esse ano, infelizmente, não pude acompanhá-las, mas, certamente, elas não poderiam estar em melhor companhia do que a da Profa. Coordenadora Elisabeth Freitas de Santo. Já fiquei sabendo que o passeio foi um sucesso, o que realmente me deixa muito feliz!!! Parabéns, meninas! Amanda Cristina Santana Meneses, Ana Paula Mini de Lima, Danielle Karolina Rocha Rotokoski, Isabella Karen Lisboa de Miranda, Isabela Marim, Karolina Rotocoski, Thais Ribeiro.
Agora é só aguardar as fases seguintes do concurso e, se não for dessa vez, não desanimem jamais. Permaneçam sempre firmes em seus propósitos. Que Deus as abençoe, sempre!!

P.S.: Foto de Karina Fernandes Bernardes Ribeiro! Obrigada, amiga, pelo carinho!!!

sábado, setembro 03, 2011

BOTAR AS BARBAS DE MOLHO

Termo é derivado de um provérbio espanhol

Usamos essa expressão quando precisamos tomar alguma cautela, ficar atentos ou prevenidos. O termo provavelmente deriva de um provérbio espanhol que diz: "Quando você vir as barbas do seu vizinho pegarem fogo, coloque as suas de molho". Em linhas gerais, a ideia sugere que, ao vermos algo de ruim acontecer com pessoas próximas, devemos nos proteger para que o problema não nos atinja. Ao colocar as barbas na água estaremos a salvo do incêndio. A barba, durante a Antiguidade e a Idade Média, costumava ser sinônimo de honra e poder. Tê-la cortada ou raspada pelos inimigos significava, portanto, uma grande humilhação. É por isso que, desde sempre, a precaução tem sido uma boa pedida. (Daniel Cardoso)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Ed. 94. Maio de 2011. São Paulo: Editora Abril. p. 25.

LAVAR A ÉGUA

Animais vencedores eram banhados com champanhe

A origem desse termo, usado quando alguém realiza um negócio muito vantajoso ou obtém uma vitória esportiva por contagem bastante elevada, está relacionada ao turfe. Nos tempos áureos das corridas de cavalo no Brasil, os hipódromos eram cheios de glamour, e uma grande quantidade de dinheiro circulava entre apostadores e proprietários de animais. 
Nessa época, era comum que os donos dos cavaloe e das éguas vitoriosos usassem champanhe, em vez de água, para banhar os animais depois das corridas. Com o tempo, a expressão passou a ser usada para se referir a momentos de glória e realização e ganhou variações. A frase "lavar a égua" pode ser ouvida nas versões "lavar a burra" e "lavar a jega". (Daniel Cardoso)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Ed. 94. Maio de 2011. São Paulo: Editora Abril. p. 25.

PÉ-RAPADO

Termo já serviu até para ofender os ricos

A expressão usada para indicar um sujeito sem dinheiro tem a ver com o ato de raspar no chão a sola do pé sujo, gesto de quem anda descalço. No século 17, em poesia feita para Anica, mulata de quem gostava e que lhe pedia dinheiro para comprar sapatos, o poeta Gregório de Mattos escreve: "Se tens o cruzado, Anica,/ manda tirar os sapatos,/ e se não, lembre-te o tempo/ que andaste de pé rapado". No século 18, o termo era muito usado pela aristocracia. Segundo o pesquisador Deonísio da Silva, no livro De Onde Vem as Palavras II, pés-rapados eram os trabalhadores das lavouras e das minas. Mas, por um momento, nem os ricos se livraram da pecha. Na Guerra dos Mascates (1710-1711), os portugueses chamavam os aristocratas rurais de Pernambuco de pés-rapados por combaterem sem botas. (Renata Daibes)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Ed. 95. Junho de 2011. São Paulo: Editora Abril. p.23.

CHEIO DE GÁS

O animadinho de hoje era um arrogante no século 19

Alguém empolgado, entusiasmado, está "cheio de gás". Mas a origem da expressão não tem nada de positivo.
Em meados do século 19, a querosene, conhecida então como "gás", começou a substituir o óleo de coco, de manona e outros tipos de azeite na iluminação das cidades brasileiras. Uma casa muito iluminada podia significar  ostentação - seu dono estaria "cheio de gás". Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, o termo remetia a presunção e arrogância, a alguém "bancando o importante", escreveu o autor em Locuções Tradicionais no Brasil. Com o tempo, a expressão perdeu seu caráter negativo e passou a indicar energia, animação. (Renata Daibes)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Edição 95. Junho de 2011. São Paulo: Editora Abril. p. 23.

SAIR DO ARMÁRIO

Termo é inspirado nos bailes de debutantes dos EUA


Hoje associada ao universo gay, a frase é uma apropriação feita no início do século 20, nos EUA, de um termo referente aos tradicionais bailes de debutantes. Quando a família de uma jovem organizava esse tipo de festa, significava que ela estava sendo apresentada oficialmente à sociedade. Em inglês, esse ato leva o nome de "come out", que quer dizer "surgir" e "emergir". O verbo começou a ser usado também quando alguém declarava a sua homossexualidade. Assim como ocorria com a debutante, o anúncio representava a entrada em um novo contexto social. Mais tarde, virou "sair do armário", "come out of the closet", traduzido em vários idiomas. Na década de 1980, surgiu o Dia Nacional de Sair do Armário, em outubro. (Camila Stähelin)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA". Ed. 93. Abril de 2011. São Paulo: Editora Abril. p. 25.

JOÃO SEM BRAÇO

Expressão pode ter saído de conflitos em Portugal

"Para ser dispensado da guerra, era comum o soldado fingir que não tinha um braço"

Quando alguém se faz de bobo, de desentendido ou demonstra corpo mole na hora de alguma atividade, é comum falar que essa pessoa está dando uma de "joão sem braço". A origem do termo não tem data precisa. Mas, segundo Deonísio da Silva, autor de A Vida Íntima das Frases", ele vem de guerras travadas em Portugal. Quando um homem não queria ser convocado para um embate, se fingia de ferido ou de aleijado para tentar ser dispensado da missão. "Simular não ter um ou os dois braços constitui-se em escusa para fugir ao trabalho e a outras obrigações", afirma o professor. Depois disso, a frase virou metáfora na língua portuguesa para todos aqueles que se omitem quando são chamados para um dever. (Camila Stähelin)
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA. Edição 93, Abril de 2011. São Paulo: Editora Abril. p. 25.

POR EM PRATOS LIMPOS

Frase surgiu na Espanha ou na França

Uma explicação para a expressão, que significa "esclarecer uma situação", foi dada pelo filólogo João Ribeiro: o ditado original deve ter sido "por em prata limpa", em castelhano. A metáfora comparava uma coisa embaçada, nebulosa, a uma prata velha e suja. Deixando essa prata limpa, via-se seu real aspecto. Em espanhol, hablar em plata significa "falar francamente". Outra versão diz que a frase surgiu em 1765, quando foi aberto na França aquele que é considerado o primeiro restaurante do mundo nos moldes atuais. Lá ficou acertado que o freguês pagaria a conta depois de comer. Quando o dono ou o garçom vinha cobrar e o cliente ainda não tinha feito a refeição, mostrava o prato limpo como prova de que (ainda) não devia nada.
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Edição 97, Agosto de 2011. São Paulo: Editora Abril.

EM TEMPO DE MURICI... CADA UM CUIDA DE SI

Murici é uma fruta amarela abundante no Norte e Nordeste entre dezembro e abril. A frase foi eternizada no livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha, e é atribuída ao coronel Pedro Tamarindo, membro da coluna de Moreira César na Guerra de Canudos. Depois da morte de César, no dia 2 de março de 1897, caberia a Tamarindo assumir o batalhão, mas, com medo, ele abandonou a tropa. Na fuga, questionado por um soldado, explicou-se: "Em tempo de murici, cada um cuida de si". Ou seja, aproveitando a rima que a fruta da estação permitiu naquela hora, ele quis dizer que, no aperto, cada um que se vire sozinho.
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Fonte: Revista "Aventuras na HISTÓRIA: para viajar no tempo". Edição 97, Agosto de 2011. São Paulo: Editora Abril.

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