O dado é de pesquisa da Fundação Victor Civita com a Fundação Carlos Chagas
Reprodução/FVC
Da Redação do Todos Pela Educação
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a principal referência nacional sobre a situação da Educação no Brasil e, mesmo assim, 47% dos coordenadores pedagógicos das escolas não têm clareza sobre seu significado. Esse é um dos apontamentos da pesquisa “O Coordenador Pedagógico e a Formação de Professores: intenções, tensões e contradições”, realizada pela Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com a Fundação Carlos Chagas (FCC), e divulgada nesta sexta-feira (3).
Composto pela nota dos estudantes em exames nacionais - Prova Brasil e Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) – e por dados da aprovação no País, o Ideb foi criado em 2007 e passou a ser o índice utilizado para medir a evolução do ensino brasileiro, bem como para estipular as metas de melhoria da Educação. Ele varia em uma escala de 0 a 10, assim como usualmente variam as notas de boletins escolares.
De acordo com o estudo, a maioria dos coordenadores pedagógicos afirma saber o que é a Prova Brasil e o Ideb. "Porém, quando perguntados sobre o Ideb da própria escola, mais de um terço (47%) cita algum número acima de dez. Sabendo que o índice pode servir para o planejamento e ações de todos educadores da escola e que há metas governamentais a cumprir, esse desconhecimento é preocupante", aponta um trecho do relatório.
Função indefinida
A pesquisa também revelou que os coordenadores não têm a sua identidade profissional bem definida, pois têm várias outras atribuições que fogem da função de colaborar com a formação dos professores.
A pesquisa também revelou que os coordenadores não têm a sua identidade profissional bem definida, pois têm várias outras atribuições que fogem da função de colaborar com a formação dos professores.
“Focamos em entender a realidade do coordenador pedagógico, pois esse profissional é fundamental na evolução da Educação brasileira. Ele deveria ser responsável pelo desenvolvimento contínuo dos professores nas escolas, de forma a garantir uma aprendizagem de qualidade a seus alunos.”, afirma Angela Dannemann, diretora-executiva da FVC.
A pesquisa ainda detectou que, dos 400 entrevistados em todo o Brasil, 25% admitem ser insuficiente o tempo dedicado ao Projeto Político Pedagógico (PPP), cuja criação coletiva é atividade chave no processo de formação docente. Além disso, dos 87% que apontam a gestão da aprendizagem como uma atividade sob sua responsabilidade, só 17% citam a observação do trabalho do professor em sala de aula como parte da sua rotina de trabalho.
Metade dos entrevistados declara atender diariamente telefonemas de todos os tipos, e solicitações diferentes do diretor, dos professores, dos pais e das secretarias de Educação. “Os próprios coordenadores não conhecem bem os limites da função e, por isso, aceitam muitas demandas, assumindo um excesso de tarefas por não ter a compreensão de que são, antes de tudo, formadores”, comenta Angela.
Metodologia
Foram entrevistados 400 coordenadores pedagógicos, de 13 estados brasileiros, nas diferentes regiões do Brasil, sendo que constituíram a amostra 90% de mulheres, 76% de participantes entre 36 e 55 anos, sendo a idade média da amostra de 44 anos.
Foram entrevistados 400 coordenadores pedagógicos, de 13 estados brasileiros, nas diferentes regiões do Brasil, sendo que constituíram a amostra 90% de mulheres, 76% de participantes entre 36 e 55 anos, sendo a idade média da amostra de 44 anos.
As escolas pesquisadas têm, em média, 1.101 alunos e 52 professores, aproximadamente um professor para cada 21 alunos. Os coordenadores dessas escolas têm, em média, 6,9 anos como coordenadores e 3,9 anos na escola atual. Metade dos coordenadores tem de dois a dez anos de experiência, o que mostra estabilidade na função. Em contrapartida, 76% dos coordenadores estão na escola atual por um período relativamente curto, de até cinco anos.
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