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sábado, junho 22, 2013

"MEU PRIMEIRO BEIJO", ANTONIO BARRETO: SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA
1ª EDIÇÃO – 2013
TURMA 231

 Situação de Aprendizagem desenvolvida para o 9º ano do
Ensino Fundamental – Ciclo II”

Silvana Maria Moreli

Encontros Presenciais: 22, 23 e 24 de maio de 2013.

Grupo: Gislaine Carneiro Guerreiro
               Gracia
               Iara Bento
               Juliana Hernandes
               Silvana Maria Moreli

Antes da  Leitura:
      * Antecipação do Conteúdo do Texto:


1º PASSO:

a)    Espalhar pela sala de aula, imagens de beijos (preferencialmente, obras de arte) para aguçar a curiosidade dos alunos (Obs.: Essas imagens (sugestões) podem ser utilizadas, na sequência, em um trabalho paralelo com a disciplina de Arte – projeto interdisciplinar)
Imagem 1 - "Passione", Vik Muniz
Imagem 2: "O Beijo", Francesco Hayez
Imagem 3 - "O Beijo", Auguste Rodin 
Imagem 4: "O Beijo", Gustav Klimt
Imagem 5 - "O Beijo", Rubens Gerchman
Imagem 6 - "O Beijo", Toulouse Lautrec
Imagem 7 - Eros e Psiquê, Antonio Canova
Imagem 8 - "O Beijo", Edvard Munch
b)    Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos – antecipação do tema com base no título “Meu primeiro beijo”;
c)  Algumas questões para direcionar a discussão oral: “Você já viu “beijos de novela”? Sabem por que têm esse nome? O que representa “um beijo” em sua opinião? Quais os significados dos vários tipos de beijos (beijo na mão, na testa, no rosto)? Vocês conhecem a cultura de outros países em que os homens se beijam? O que vocês esperam encontrar em um texto com esse título - “Meu primeiro beijo”? Quais as expectativas de vocês com relação à leitura desse texto?”

2º PASSO:

a)    Sobre o autor – questionar: “Alguém o conhece? Já leu alguma obra ou algum texto desse autor?”
b)    Apresentar uma breve biografia: (Disponível em: http://www.palavrarte.com/equipe/equipe_antbarreto.htm)

Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Reside em Belo Horizonte desde 1973. Morou também em algumas cidades do Oriente Médio, onde trabalhou como projetista de Engenharia Civil, na construção de estradas, pontes e ferrovias. Tem vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infanto-juvenil. Entre eles: Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro - três vezes, oito vezes indicado), Bolsa Vitae de Literatura, Prêmio Remington, Bienal Nestlé de Literatura, Prêmio Minas de Cultura, Prêmio Nacional de Contos do Paraná, Prêmio “Guimarães Rosa” de romance, Prêmio “Emílio Moura” de poesia, Prêmio “Cidade de Belo Horizonte” - poesia e contos, Prêmio “João-de-Barro” de literatura infantil e juvenil , Prêmio “Carlos Drummond de Andrade” e “Manuel Bandeira” de poesia, UBE (SP), UBE (PE), UBE(RJ); Prêmio “Henriqueta Lisboa”, Prêmio “Petrobrás” de Literatura, Prêmio Nacional de Literatura/UFMG, Prêmio Bienal do Livro de BH, Prêmio Bienal Internacional do Livro de SP, Prêmios de “Leitura Altamente Recomendável” para crianças e jovens/FNLIJ-RJ, Prêmio “Tereza Martin” de Literatura, Prêmio Internacional da Paz/Poesia (ONU), Prêmio “Ezra Jack Keats” da Unesco/Unicef (EUA), Prêmios/ Obras/Catálogo do IBBY (Unesco) e Prêmios/Obras/Catálogos Bienais Internacionais do Livro de Bratislava, Barcelona, Bolonha, Frankfurt e Cidade do México. Participa também de várias antologias nacionais e estrangeiras de poesia e contos. Foi redator do Suplemento Literário do Minas Gerais, articulista e cronista do jornal Estado de Minas e da revista “Morada” (BH). Colabora com textos críticos, poemas e artigos de opinião para “El Clarín” (Buenos Aires), “Ror” (Barcelona); “Zidcht” (Frankfurt), “Somam” (Bruxelas); ” : e outros periódicos. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, da Formato Editori.

Principais obras publicadas:
1.) Poesia: O sono provisório (Francisco Alves, 8); Vastafala (Scipione, 88).
2.) Contos: Os ambulacros das holotúrias / Reflexões de um caramujo (UFMG, 90/93).
3.) Romance: A barca dos amantes (Lê, 90); A guerra dos parafusos (José Olympio, 93).
4.) Infantis e Juvenis: Lua no varal e Isca de pássaro é peixe na gaiola (Miguilim, 87, 89); A noite é um circo sem lona (Record, 87); Livro das simpatias (RHJ, 90); Bombeiros do sol, com Graça Sette (José Olympio, 97); Brincadeiras de anjo, Tem um avião lá fora, O velho pássaro da lua e Balada do primeiro amor (FTD, 87, 87, 96, 97).
5.) Crônicas: Transversais do Mundo (Lê, 99)
6.) A sair: Zoonário (Mercuryo, 01), O menino que não sonhava só (Mercuryo, 01).

Durante a Leitura:

1º PASSO:

a)   Leitura em voz alta pelo professor – com ênfase na entonação e com paradas estratégicas para questionar os alunos sobre o que eles acham que vai acontecer na sequência (levantamento de hipóteses).

Texto
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

2º PASSO: Entregar uma cópia do texto para cada aluno e solicitar que, em duplas, façam uma leitura dramatizada do texto.

Depois da Leitura:

1º PASSO: Levantamento/esclarecimento de palavras desconhecidas – em um primeiro momento, por meio de inferências e, na sequência, comprovando por meio  do estudo do vocabulário nos  dicionários.

2º PASSO: Busca de informação complementares (gasto de calorias, ação dos músculos, batimento cardíaco,  composição da saliva, substâncias orgânicas entre outros). Obs.: propor ao professor de Ciências para que dê uma aula sobre a afirmação: “Você é a glicose do meu metabolismo”.

3º PASSO: Troca de impressões sobre o texto:  o texto atingiu as expectativas, as hipóteses levantadas se confirmaram; os alunos compreenderam  de forma global o texto?

4º PASSO: Avaliação: os alunos compreendem o conteúdo não explícito - inferência e integração do segmento do texto.
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