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quarta-feira, setembro 30, 2009

CANÇÃO DO EXÍLIO

Este bimestre trabahei um Projeto muito interessante com os meus alunos das 7ª séries: "Paródias, Paráfrases, Intertextualidade e afins: (re)visitando a "Canção do Exílio - de Gonçalves Dias aos nossos dias".

CANÇÃO DO EXÍLIO

1846


Gonçalves Dias


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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Fonte: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm

CANÇÃO DO EXÍLIO

1859



Casimiro de Abreu



Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor-de-rosa que passava
Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!

Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!

Minha campa será entre as mangueiras,
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!
As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!


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Fonte: http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/casimiro.htm
 
 
HINO NACIONAL BRASILEIRO
 
1909
 
 
Osório Duque Estrada

(trecho)

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

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CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

1925



Oswald de Andrade

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo

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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/

CANÇÃO DO EXÍLIO 
 
1930 
 

 
Murilo Mendes


Minha terra tem macieiras das Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!

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NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

1945



Carlos Drummond de Andrade


Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.

O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.

Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.

Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)

Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.

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UMA CANÇÃO



1962



Mario Quintana



Minha terra não tem palmeiras …
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.

Minha terra tem refúgios,
Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes …
Mas onde o instante de agora?

Mas a palavra “onde”?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus de minha terra
Eu canto a Canção do Exílio.


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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/


CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA


1973


José Paulo Paes





lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!


CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS

1992


Jô Soares


Minha Dinda tem cascatas
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem coqueiros
Da ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
não fazem cocoricó.

O meu céu tem mais estrelas
Minha várzea tem mais cores.
Este bosque reduzido
Deve ter custado horrores.

E depois de tanta planta,
Orquídea, fruta e cipó
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim
Feito pelas Brasil’s Garden
Não foram pagos por mim.

Em cismar sozinho à noite
Sem gravata e paletó
Olho aquelas cachoeiras
Onde canta o curió.

No meio daquelas plantas
Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.

Pois no meu jardim tem lago
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.

Minha Dinda tem primores
de floresta tropical
Tudo ali foi transplantado
Nem parece natural

Olho a jabuticabeira
Dos tempos da minha avó.
não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.

Até os lagos das carpas
São de água mineral.
Da janela do meu quarto
Redescubro o Pantanal

Também adoro as palmeiras
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Finalmente, aqui na Dinda,
Sou tratado a pão-de-ló
Só faltava envolver tudo
Numa nuvem de ouro em pó.

E depois de ser cuidado
Pelo PC com xodó,
não permita Deus que eu tenha
de voltar pra Maceió.


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SABIÁ



Chico Buarque & Tom Jobim

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou volltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

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Fonte: http://recantodaspalavras.wordpress.com/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/

JOGOS FLORAIS

1985



Antonio Carlos de Brito (Cacaso)


Jogos Florais I

Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá

Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre
a água já não vira vinha
vira direto vinagre

Jogos Florais II

Minha terra tem palmares
memória cala-te já
Peço licença poética
Belém capital Pará

Bem, meus prezados senhores
dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.

(será mesmo com esses dois esses
que se escreve paçarinho?)


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Fonte: http://www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet174.htm


NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

2000



Ferreira Gullar

Para Cláudia

Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos

Ao brincarmos sós à noite
nem me dou conta de mim:
seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim

Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata
e as aves que ali gorjeiam
são como flautas de prata

Não permita Deus que eu viva
perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias
que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras
onde cantam os passarinhos


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CANÇÃO DO EXÍLIO



Silvana Maria Moreli

Se eu pudesse cantar o meu país e,
Se para isso Deus tivesse me provido do dom da poesia,
Da música, da voz...
Com certeza eu entoaria uma melodia
Que enaltecesse suas belezas naturais,
Sua fauna, sua flora, sua gente, suas diferenças culturais.

Cantaria o clima tropical, as matas, as florestas,
As praias, as montanhas, o turismo;
A beleza da mulher brasileira, seu exotismo;
O povo que improvisa, o folclore e as festas;
A maneira peculiar de se falar a mesma língua
De forma tão diferente...
Ah! O sotaque dessa minha gente!

Cantaria o índio - povo valente, povo guerreiro;
Cantaria o negro, o branco,
O amarelo, o mulato...
Cantaria a mistura de raças que deu origem
Ao que hoje chamamos "bravo povo brasileiro"!

Cantaria o que é bem nosso - "paixão nacional":
- Futebol e Carnaval!
Cantaria os ídolos que dão "Olé":
- Nosso inigualável Pelé!
Cantaria a música que cruza fronteiras e é um poema:
- Nossa "Garota de Ipanema"!
E aquele alguém que já 'partiu' e deixou uma lembrança tão amena:
- Nosso inesquecível "Airton Sena".
E a música ainda, há tanto para cantar:
- Vinicius, Caetano, Gal, Betania e Gil...
Como é "grande" esse meu Brasil!

É claro que tem defeitos, esse meu amado país,
Mas quem não os tem
Problemas? São infinitos, não se podem enumerar:
Político, econômico e social (melhor não citar)!
Mas também tem a garra e a esperança,
(a fé e o sorriso da criança) -
Desse povo que luta todo dia e não esmorece.
Povo otimista, que trabalha e não entristece.
A espera de um dia melhor que está por vir.
E virá, se Deus assim o permitir!

A cabeça fervilha, há muito ainda por cantar (o Brasil é tão rico!),
As idéias vão brotando e a memória insiste em lembrar
Que ainda há muito por cantar...
Oh! Meu Deus por que não tenho o dom da música?
Por que é tão difícil sintetizar um sentimento?
Eu sei que agora Deus escuta meu lamento,
E talvez, por certo, esteja me incluindo em algum plano
E me presenteie no futuro - (já que não é nato),
com aquilo que almejo: talento!

_________________
Produção de texto apresentada à Profª Rita de Cássia Toloni (Curso de Letras - Faculdades Integradas Fafibe)


CANÇÃO DO EXÍLIO



Alexandra Galvão da Rocha - 7ª série A

Para o meu Brasil
Quero um dia voltar
Aqui nesse país, preso,
Oh! meu Deus, não quero ficar.

Admirar o céu azul
A minha família poder encontrar
Estou com saudades de tudo, de todos,
Muita farra para farriar!

Essa saudade no meu peito
Um dia vai acabar
Ela me pegou de jeito
E não há como escapar.

Adeus país triste,
Para o meu Brasil quero voltar,
Ouvir o canto dos passarinhos
E deixar a vida me levar!

____________  *** ____________

QUANDO TUDO FOR LEMBRANÇA



Érica Guedes Martins - 7ª série C


Que saudade da minha Terra
Que saudade do meu Brasil
Que saudade da natureza
E do céu azul-anil.

Brasil: Quando tudo for lembrança
sobre Deus, onde estarei
Mesmo com toda distância
Eu jamais o esquecerei.

Saudade é o que tenho no coração,
Solidão! Ah! Solidão
Ir embora para o meu Brasil,
Essa é a solução.

Brasil: A distância permite a saudade
Mas nunca o esquecimento
Por mais longe que eu esteja,
Sempre estará em meu pensamento.

As estrela nascem no céu,
As flores no jardim,
Eu queria ter um papel e poder escrever
para todos que sentem saudades de mim.

________________ *** _________________

BRASIL


Mikaely Fernanda Rodrigues - 7ª série C


Ah! Que saudade
Que dá
Da minha cidade
Lá sim eu tinha uma vida.

Amigos, parentes, família
Ainda quero rever um dia
Arrependida por largar meu namorado
Que um dia tanto havia amado.

Choro até hoje de amor,
Pois sinto falta do beijo
Beijo que só ele sabe dar
Ah, que saudade do meu lar.

Sinto saudades das praias, da canga
Do ritmo, do carnaval, do samba
Saudades, saudades me dá,
É isso que dá Brasil, tanto, tanto te amar!

______________ *** ______________

CANÇÃO DO EXÍLIO


Natália Bueno Dias - 7ª série B


Vejo o céu cinzento
com uma brisa fria,
Lembro-me do céu azul
e de seus campos deslumbrantes.
Sinto-me sozinha vivendo
ao lado de um bosque.
Lembro-me de nossas roças
com cheiro de mato.
Bosques sem essências
Sinto falta de nossas flores
cheirosas e deslumbrantes
que relatam grandes amores.
Nosso ritmo é o melhor
Festas e alegria
Cidade muito parada
Sinto falta da capital
Arroz com feijoada e
uma bela salada.
Aqui só como massa
e vivo com presão alta.
Meu Deus, só lhe faço um pedido:
Não me deixe morrer
com esse ar sem cheiro,
quero morrer ao lado da praia
com a brisa leve e suave.
Quero voltar a viver
junto à felicidade.

_______________ *** _______________

3 comentários:

eronildo disse...

Querida Silvana, também tenho um blog dedicado à Língua Portuguesa. Este seu post sobre intertextualidade ficou lindo. Parabéns!!!

Leopoldo Vaz disse...

Silvana beliaaimo trabalho... estamos incluindo as poesias - sua e de seus alunos - em uma antologia dedicada a memoria de gonçalves dias - mil poemasm para gonçalves dias - aqui em são luis do maranhão. temos sua autorização? preciso de dados seus e das alunas... como local de nascimento, data, e ate seis linhas,biografia
enviar para vazleopoldo@hotmail.com

Anônimo disse...

What a ԁata of un-аmbiguitу and presеrvеness οf precious familiarity abοut
unpredictеd emotions.

mу page; Accommodations as well as Lodges | Vacation Directory - TravelingPages.org : Accommodations >Reso...

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