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Após debate, presidenciável Plínio de Arruda Sampaio, 80, chega ao topo dos assuntos mais comentados.
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Lances de um debate
Primeiro debate presidencial das eleições de 2010 teria o efeito de sonífero se não fosse pelo candidato do PSOL Plínio Arruda Sampaio
Um único, escasso momento em que prevaleceu o senso de humor. Deu-se quando o candidato Plínio de Arruda Sampaio, paladino Orlando das causas sociais, disse ter entendido por que o candidato José Serra é como todo hipocondríaco: de fato não perde a oportunidade de falar em saúde. Também, como poderia ser de outra maneira? Serra foi no governo de Fernando Henrique Cardoso o ministro da Saúde mais badalado da história, a contar com as palmas febris da mídia nacional.
O tom do tucano é monocórdio, não destacaria na boca de uma personagem hitchcockiana destinada à suspeita do espectador de sorte a manter o suspense até as últimas tomadas. Em compensação ele foi bem mais preciso e direto do que a candidata Dilma Rousseff. Fosse o debate da Bandeirantes uma luta de boxe, não há sombra de dúvida, como disse mais uma vez a escolhida de Lula, que os jurados dariam a Serra a vitória no evento, histórico conforme o moderador Ricardo Boechat.
Dilma estreou sem esconder o nervosismo, melhorou no decorrer do período, mas se perdeu algumas vezes ao repisar em assuntos já enfrentados, e nem sempre da melhor forma, ou ao desperdiçar a oportunidade de uma reação mais incisiva a questões malpostas ou a argumentos capangas de Serra. Marina Silva cumpriu sua tarefa com diligência de educanda na véspera de pronunciar os votos, o que lhe permitia instantes de emoção carregados de alegria.
Fica para Plínio o papel mais singular, surpreendente. Na festa do Oscar seria escolhido como o melhor coadjuvante do gênero capaz de roubar a cena dos protagonistas ao definir uma figura excêntrica e bem-humorada mesmo ao referir-se a situações trágicas. Resta verificar até que ponto este primeiro debate dos candidatos à Presidência vai incidir sobre as pesquisas.
Enquanto os marqueteiros medem os efeitos do encontro sobre os eleitores, as campanhas vão refletir. Do lado de Dilma, talvez seja o caso de discutir se o grande pecado não foi o excesso de treinamento.
Nas últimas semanas, Dilma foi submetida a um intensivão: reuniões com ministros e aulas de linguagem e postura com a consultora Olga Curado. Presa a um script, a candidata perdeu a espontaneidade. Antes criticada pelo excesso de citações a números, Dilma não conseguiu manuseá-los de forma a marcar a diferença do atual governo com o anterior.
Já Marina Silva deve ter percebido o quanto é difícil firmar-se como uma terceira via. Sua posição foi, aliás, alvo do sarcasmo de Plínio, que a considerou conciliadora em excesso e a chamou de “ecocapitalista”.
Não fossem as raras provocações do candidato do PSOL, o debate teria o efeito de um sonífero. Emoção mesmo, só no jogo do Morumbi que classificou o Internacional à final da Copa Libertadores da América, apesar da vitória de 2 a 1 do São Paulo. Partida que a Globo fez questão de transferir para quinta-feira só para melar o programa da Band.
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7 de agosto de 2010 18:20
Lula diz que presidenciáveis passaram no teste no primeiro debate da TV
Agência Brasil
Por Jacqueline Bogdezevicius
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou os quatro candidatos à Presidência da República, que participaram do debate promovido pela Rede Bandeirantes, na última quinta-feira (5). Lula disse que todos eles “passaram no teste”. Segundo ele, “o nível foi bom e de respeito”. Estiveram no debate os candidatos José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda Sampaio (PSOL).
“Eu tenho uma opinião sobre o debate”, disse Lula, pouco antes de participar da solenidade de posse do novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. “O debate depende da qualidade de perguntas que um candidato faz para o outro. Foi de nível bom e de respeito. Eu acho que todos passaram no teste. Foi o primeiro debate de uma série.”
O debate entre os presidenciáveis durou mais de uma hora e foi dividido em vários blocos. Os candidatos apresentaram as propostas de forma geral, evitaram confrontos diretos e embates mais agressivos. Predominaram entre os temas os programas sociais, saúde, educação e reforma agrária. Também houve temas específicos relativos ao meio ambiente e à violência. Foi o primeiro debate envolvendo os principais candidatos à Presidência da República.
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