As propostas para a educação brasileira dos candidatos à Presidência são genéricas. O descontentamento de profissionais da rede pública de ensino com os programas de governo de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) ficou evidente em debate ocorrido nesta sexta-feira (15/10), dia em que se comemora o Dia do Professor. Os educadores se reuniram na capital paulista para discutir sobre os projetos de ensino para o país, bem como as propostas do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
“As pessoas com deficiência podem até estar dentro da sala de aula, mas apenas isso não é acesso. Chama atenção o fato de os três programas de governo não terem um olhar específico para essa parcela significativa da população”, afirmou a professora das redes públicas municipal e estadual, Salete de Fátima Francisco.
De acordo com o Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país conta com aproximadamente 24,6 milhões de pessoas com deficiência. Estima-se que o número, em 2009, tenha crescido para 26 milhões – 14,5% dos brasileiros. “Não basta matricular, é preciso transporte adequado, apoio de profissionais da saúde, ter o professor capacitado e outros cuidados”, completou Salete.
Já a professora da rede estadual, que leciona na cidade de Diadema (SP), Jacqueline Simões, disse ser positivo que não haja muita especificidade nos programas de governo voltado ao ensino fundamental. Para ela, dessa forma, um planejamento poderá ser construído de maneira conjunta, pensando na integralidade das etapas da educação.
A professora Simone Rocha, que atua na educação infantil no município de São Paulo (SP), discordou. “Preocupa-me essa generalidade dos programas, porque depois, podem nos pegar de surpresa. Como o projeto de lei que queria colocar as crianças de cinco anos no ensino fundamental”.
De acordo com ela, a educação infantil quase não é citada pelos presidenciáveis, e também não é contemplada pelo programa do novo governador paulista Alckmin. “Não ter algo pontual nos três programas desqualifica a educação infantil. Até há intensão de melhora, mas não dizem como farão. Muito do avanço que conseguimos acontece apenas quando a sociedade grita. Temos diversos problemas ao tentar negociar com o governo de São Paulo”, disse Simone.
Educação no campo
“Temos escolas pelo Brasil onde a aula acontece literalmente embaixo de lona. Nessas condições, os movimentos sociais chegam para dar aula onde o Estado não consegue atuar”, lembrou o professor e coordenador da escola municipal do distrito de Bueno de Andrade, em Araraquara (SP), Júlio César Ribeiro da Silva.
Segundo o coordenador, o programa da candidata Dilma ainda cita a educação no campo, mas não especifica. De forma geral, os candidatos não falam sobre essa modalidade do ensino, de acordo com Ribeiro. “Valorizar a cultura local e o entorno. Isso deve ser considerado e não vemos em nenhuma proposta”, avaliou.
Cenário preocupante
O professor de História do ensino médio da rede estadual paulista, Eujacio Roberto, criticou o modelo de ensino vigente no país, além da forma como o debate sobre a educação tem ocorrido entre os candidatos à Presidência. “Não há discussão do ensino. O Serra nem proposta para o setor tem. Os debates estão em torno da religião no momento. Os candidatos se posicionam baseados nas pesquisas”.
“Em primeiro lugar, todo projeto educacional deve saber quem é o estudante brasileiro. Deve-se conhecer a realidade de cada grupo de alunos. Não estão pensando no estudante. Para o professor, falta remuneração e estímulo à formação”, enfatizou Roberto.
“Do ponto de vista político, precisamos fortalecer governos que sinalizem novas relações de diálogo entre Estado e sociedade, para pensarmos em políticas públicas efetivas”, concluiu a professora Jacqueline Simões.
“As pessoas com deficiência podem até estar dentro da sala de aula, mas apenas isso não é acesso. Chama atenção o fato de os três programas de governo não terem um olhar específico para essa parcela significativa da população”, afirmou a professora das redes públicas municipal e estadual, Salete de Fátima Francisco.
De acordo com o Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país conta com aproximadamente 24,6 milhões de pessoas com deficiência. Estima-se que o número, em 2009, tenha crescido para 26 milhões – 14,5% dos brasileiros. “Não basta matricular, é preciso transporte adequado, apoio de profissionais da saúde, ter o professor capacitado e outros cuidados”, completou Salete.
Já a professora da rede estadual, que leciona na cidade de Diadema (SP), Jacqueline Simões, disse ser positivo que não haja muita especificidade nos programas de governo voltado ao ensino fundamental. Para ela, dessa forma, um planejamento poderá ser construído de maneira conjunta, pensando na integralidade das etapas da educação.
A professora Simone Rocha, que atua na educação infantil no município de São Paulo (SP), discordou. “Preocupa-me essa generalidade dos programas, porque depois, podem nos pegar de surpresa. Como o projeto de lei que queria colocar as crianças de cinco anos no ensino fundamental”.
De acordo com ela, a educação infantil quase não é citada pelos presidenciáveis, e também não é contemplada pelo programa do novo governador paulista Alckmin. “Não ter algo pontual nos três programas desqualifica a educação infantil. Até há intensão de melhora, mas não dizem como farão. Muito do avanço que conseguimos acontece apenas quando a sociedade grita. Temos diversos problemas ao tentar negociar com o governo de São Paulo”, disse Simone.
Educação no campo
“Temos escolas pelo Brasil onde a aula acontece literalmente embaixo de lona. Nessas condições, os movimentos sociais chegam para dar aula onde o Estado não consegue atuar”, lembrou o professor e coordenador da escola municipal do distrito de Bueno de Andrade, em Araraquara (SP), Júlio César Ribeiro da Silva.
Segundo o coordenador, o programa da candidata Dilma ainda cita a educação no campo, mas não especifica. De forma geral, os candidatos não falam sobre essa modalidade do ensino, de acordo com Ribeiro. “Valorizar a cultura local e o entorno. Isso deve ser considerado e não vemos em nenhuma proposta”, avaliou.
Cenário preocupante
O professor de História do ensino médio da rede estadual paulista, Eujacio Roberto, criticou o modelo de ensino vigente no país, além da forma como o debate sobre a educação tem ocorrido entre os candidatos à Presidência. “Não há discussão do ensino. O Serra nem proposta para o setor tem. Os debates estão em torno da religião no momento. Os candidatos se posicionam baseados nas pesquisas”.
“Em primeiro lugar, todo projeto educacional deve saber quem é o estudante brasileiro. Deve-se conhecer a realidade de cada grupo de alunos. Não estão pensando no estudante. Para o professor, falta remuneração e estímulo à formação”, enfatizou Roberto.
“Do ponto de vista político, precisamos fortalecer governos que sinalizem novas relações de diálogo entre Estado e sociedade, para pensarmos em políticas públicas efetivas”, concluiu a professora Jacqueline Simões.
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