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OS CEGOS E O ELEFANTE
(Ad. de Helena P. Vieira, in "O mundo da criança"
A beira de uma estrada
que conduz a Jericó
seis cegos, sem dizer
nada,
seus barretes estendiam,
pedindo a quem tinha dó,
esmolas de que viviam.
Todos seis,porém, sentiam
bastante não conhecer,
o elefante, que diziam
ser um bonito animal,
muito grande, muito
forte,
incapaz de fazer mal.
Quando ali aconteceu
passar rico viajante
conduzindo um elefante.
cada um se convenceu
que podia, com seu tato,
de uma vez saber, assim,
aproveitando tal fato,
que bicho era aquele,
enfim.
O primeiro, nas ilhargas
apalpando o elefante.
"Já sei são paredes
largas".
Disse alegre, triunfante.
"Qual nada disse o
segundo"
que passando,com
presteza,
as mãos sobre a grande
presa
do elefante, assim falou:
"Enganou-se, meu
amigo,
ele
é bem parecido,
com lanças pontudas,
fortes,
capazes de causar
cortes."
"Pois sim! falou o
terceiro,
para mim um elefante
à cobra é que é
semelhante."
"Nunca ví tamanha
asneira,
disse o quarto
convencido,
para mim é uma
palmeira!"
O quinto cego, porém,
como a orelha alcançasse,
disse opinando também:
"Deixem de tanta
parola,
o elefante é, tão
somente,
uma grande ventarola.
E o sexto pegando a
cauda,
do bicho, disse por fim:
"Qual nada! Mas que
cegueira!
Como a corda, é ele
assim."
E o guia do elefante,
ao lado do viajante,
seguiu deixando abalados,
os seis cegos exaltados,
discutirem esta questão.
"Se a verdade é tão
difícil
de apurar, em discussão,
fiquemos, pois, cada um,
com
sua conivicção.
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Fonte: Livro Errante Blog
Fonte: Livro Errante Blog
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