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quarta-feira, fevereiro 09, 2011

TAARE ZAMEEN PAR - EVERY CHILD IS SPECIAL (COMO ESTRELAS NA TERRA - TODA CRIANÇA É ESPECIAL)

PLANEJANDO...

Todo início de ano letivo é assim: os professores se reunem, logo após a atribuição das aulas, para o PLANEJAMENTO. É um momento importante dentro da Instituição Escolar, haja vista a necessidade de se repensar o fazer pedagógico, analisar criticamente o ano que passou, avaliar os pontos positivos e negativos e focar nos preparativos para o ano que se inicia.
Este ano, na EE Maurício Montecchi, o Planejamento ocorreu nos dias 08 e 09 de fevereiro (terça e quarta-feira), das 08h00 às 17h00. Parece muito tempo?  Não é! Alguns tópicos ainda serão discutidos futuramente, nos primeiros HTPCs (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo).
De acordo com a pauta, hoje, dia 09/02, no período da manhã, assistiríamos um filme, cujo título é "Como estrelas na terra".   Uma amiga querida (também comadre e prima), Daniela Nappi Coltro, que já havia visto o referido filme, informou-me que, conhecendo-me tão bem como ela conhece, certamente eu choraria muito ao assisti-lo (confesso que sou "chorona" mesmo - minha sensibilidade vive à flor da pele). 

Algumas informações sobre "Como Estrelas na Terra":

Taare Zameen Par - Every Child is Special  (Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial) foi lançado nas salas de cinema indianas no final de 2007 (21/12/2007) e imediatamente conquistou o coração dos indianos.  Taare Zameen Par conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida.

Ishaan Awasthi, com idade entre 8 e 9 anos, já foi reprovado uma vez no terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de ser reprovado novamente. Segundo Ishaan, "as letras dançam em minha frente" e, dessa forma, ele não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan de forma rude. Os pais do garoto são chamados na escola para falar com a diretora. O pai  decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa emitir opinião alguma a respeito. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da sua casa... e a filosofia do internato é a de "disciplinar cavalos selvagens". Inesperadamente, um professor substituto de Artes entra em cena e  logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver.

O filme é uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan. Pela primeira vez, após a atuação em sucessivos filmes que lhe deram a fama em anos recentes, Khan quis arriscar-se como diretor e impressionou pela qualidade e sensibilidade neste filme. Ele não só dirige, como produz, com sua  Aamir Khan Productions, e ainda atua no papel do professor substituto.
Ishaan Awasthi é interpretado pelo estreante Darsheel Safary, que também surpreendeu pela qualidade de sua atuação. Merecidamente, Safary ganhou o prêmio de melhor ator pela crítica, no mesmo Filmfare Awards de 2008. 
Além dos prêmios de melhor filme e melhor ator pela crítica, "Como Estrelas na Terra" ganhou também o prêmio de melhor direção, para Aamir Khan, e de melhor letra de música. O filme, embora não tenha as exóticas cenas de dança, tem músicas que aparecem como clipes, com imagens que não só ilustram a melodia, mas também fazem parte da história. Dentre as músicas (muito boas, por sinal), "Maa", que significa "mãe" em hindi, recebeu o prêmio de melhor letra.
Sentada ao meu lado, durante a reunião de Planejamento, estava a professora Geninha, que gentilmente me ofereceu um lenço de papel. Se chorei? Muito!!! O filme é emocionante, cativante, uma verdadeira lição de vida, para pais e educadores.


"Taare Zameen Par - Every Child is Special", que significa, exatamente, "Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial", embora fale diretamente sobre o caso de uma criança disléxica, é uma mensagem para o mundo sobre o verdadeiro papel de um educador e a responsabilidade na formação de um ser humano. Ao afirmar no título que toda e qualquer criança é especial, que são como estrelas na Terra, a proposta é trazer a ideia de que não podemos negligenciar a diversidade e preciosidade de nossas crianças, pois elas representam o futuro.
Em muitos momentos, Aamir Khan optou por utilizar recursos caricatos para os personagens do filme, sobretudo em relação aos professores de ambas as escolas por que Ishaan passara. Ainda que personagens caricatos possam trazer um grau de irrealidade para a trama, em Taare Zameen Par a caricatura contribui para aumentar a sensação de sofrimento, opressão e incompreensão vivido pelo garoto disléxico. No conjunto, caricaturas e clipes de música ilustram uma ficção que de irreal nada tem; qualquer semelhança entre a ficção e a vida real é mera coincidência, diz, antes do filme começar. Mas o próprio professor Ram Shankar Nikumbh (interpretado por Aamir Khan) lembra às crianças que Einstein, Agatha Christie, Da Vinci e Tomas Edison eram disléxicos e sofreram na infância - a história do filme aborda a vida real. Antes fosse apenas ficção.
Em Taare Zameen Par, as músicas aparecem como clipes, mostrando cenas que complementam a história que está sendo contada naquele momento, porém sem diálogos. A primeira a aparecer, por exemplo, mostra a rotina da casa de Ishaan. Num outro momento, Ishaan sai para a rua ("mata" a aula) e anda pela cidade (Mumbai), reparando em detalhes não usuais para uma simples criança de sua idade. Neste momento toca a música Mera Jahan, que, literalmente, significa Meu Mundo. É o que Ishaan vê e reconhece. Ao voltar pra casa ele elabora o que viu fazendo um desenho - a criatividade artística em disléxicos tende a ser mais aflorada, pela  maneira distinta com que observam o mundo e o compreendem.
Taare Zameen Par vem cumprir um importante papel na sociedade, além de mandar uma mensagem sobre o papel do educador, ensina antes o que é ser pai, o que significa e o que implica em ter um filho. 
Ram Nikumbh, contestando o que o pai de Ishaan disse a ele em certo momento, deixa bem claro o que significa a palavra "cuidar". E neste momento sublime, alerta para que não aconteça com 
Ishaan o que acontece com as árvores das Ilhas Salomão, que morrem após as pessoas ficarem gritando xingamentos à sua volta. Aamir Khan fez uma obra-prima: "Como Estrelas na Terra" vai tocar você! Não deixe de assistir.
É inevitável, além das lágrimas, a reflexão pós-filme. Eu, particularmente, há tempos venho questionando (eu comigo mesma) metodologias, recursos e estratégias de ensino, bem como as formas de avaliação. Frustra-me sobremaneira o fato de, em virtude do número excessivo de alunos em sala de aula, não poder dar uma atenção mais específica e individualizada aos mesmos, principalmente aos que apresentam maior dificuldade de aprendizagem.  
Preocupou-me o fato de, de repente, estar agindo como os muitos professores que passaram por Ishaan e não conseguiram detectar o seu problema e, consequentemente, não conseguiram ajudá-lo. Negligência ou falta de preparo? Deixo aqui mais esta questão... Como será que nós, professores, seja da rede pública ou privada, estamos lidando com nossas crianças?


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http://www.youtube.com/watch?v=uCm4dEG2Phg&feature=player_embedded

2 comentários:

Anônimo disse...

Incrivelmente eu me vi nesse filme,sou mãe de um menino de 10 anos,que por sinal se parece muito fisicamente com o ator.Ele passa pelo mesmo problema,tem dificuldade na escrita,não consegue ler,passa por constrangimento todos os dias.Eu me sinto muito impotente diante de toda a situação.O governo fala em inclusão social,mas não capacita nem disponibiliza profissionais,meu filho esta perdido e eu mais ainda.Assistindo esse filme,além de chorar muito, estou criando forças para lutar por ele e para ele.

Silvana M. Moreli disse...

Ao ler sua mensagem, mais tenho a certeza de que a Educação precisa de cuidados intensivos. Temos pontos importantes para serem revistos e, falando como professora, posso citar, entre tantos, dois dos quais mais me angustiam: as salas superlotadas de alunos não possibilitam ao professor dar uma atenção diferenciada aos que mais necessitam; esse mesmo professor, muitas vezes, ou melhor, na maioria das vezes, não está apto a lidar com a questão da Inclusão; não está preparado e/ou não tem a devida formação.
Eu, como professora, apego-me a informação como ferramenta para minimizar o problema. Não dá para ignorar e fingir que se está em uma sala homogênea e que os problemas não existem. Isso é utópico.
Temos que lutar sempre, você como mãe, eu como professora, para obtermos respaldo do governo, dos órgãos competentes, da sociedade de maneira geral.
Sou solidária a sua luta! Conte comigo! "Força, mãe!"
Um grande abraço!

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