Ensino médio público obrigatório impõe desafios, apontam educadores
30/10 - 17:39
Redação
A aprovação da emenda constitucional que torna obrigatórios a pré-escola e o ensino médio público a partir de 2016 é comemorada por educadores. Eles alertam, no entanto, que os desafios agora são captar mais recursos à Educação e incentivar os adolescentes a continuar na escola.
Agência Senado/Senador Cristovam Buarque
O professor e membro da Câmara Básica do Conselho Nacional de Educação Francisco Aparecido Cordão afirma que a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que deixará de incidir gradativamente no orçamento da Educação até não ser mais cobrada, em 2011, vai contribuir muito para o início das ações no ano que vem – a extinção da desvinculação resultará em verba extra de R$ 4 bilhões no Orçamento deste ano, previsto em R$ 41 bilhões, e em R$ 8 bilhões a mais em 2010.
“Além disso, o Conselho Nacional de Educação sugeriu que no novo Plano Nacional de Educação, que está sendo elaborado para entrar em vigor no próximo ano, se vincule as despesas da educação com o PIB (Produto Interno Bruto)”, explica Cordão. A sugestão é que, até 2014, a porcentagem seja de 10% do PIB. “É essencial ter mais dinheiro para construção de prédios, compra de equipamentos, formação de professores. O Congresso precisa aprovar e o presidente (Lula) homologar o novo plano.”
O senador Cristovam Buarque afirma que há recursos para implementar a lei até 2016. “Ninguém perguntou se tem verba para construir estádios para a Copa do Mundo de 2014. Claro que tem verba. É só deixar de fazer outras coisas. Transformamos (com a aprovação da emenda constitucional) uma necessidade em demanda"
O projeto que precisa, agora, ser promulgado em sessão conjunta da Câmara e do Senado para entrar em vigor, prevê a inclusão de mais 30% de crianças com idades de 4 a 5 anos e 14% de adolescentes de 15 a 17 anos. A Constituição estabelece, atualmente, que o ensino é obrigatório para crianças de 6 a 14 anos, o que abrange apenas a etapa fundamental (da 1ª a 9 ª séries).
Ensino desafiador
Além de captar recursos, o professor e o senador apontam que é necessário atrair o adolescente para a escola. “O jovem hoje comemora quando não tem aula. Isso vai levar um tempo para mudar”, diz Buarque.
Cordão, que foi relator do projeto Ensino Médio Educador, comenta que muitos adolescentes deixam o ensino médio porque “é chato”. “A escola tem de ser interessante e o ensino, desafiador. O currículo tem de ser contextualizado e os professores devem desenvolver um trabalho interdisciplinar para estarem preparados para lidar com alunos.”
Para o professor, o desafio é também de toda a comunidade. “O cidadão tem de ser motivado a exercer o direito de freqüentar a escola. Esta motivação tem de ser promovida pelos cidadãos, pelos pais e pela comunidade educacional.”
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Fonte: http://educacao.ig.com.br/us/2009/10/30/ensino+medio+publico+obrigatorio+impoe+desafios+apontam+educadores+8979999.html
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