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quarta-feira, fevereiro 10, 2010

A HORA DO ESPANHOL

Apesar da oferta obrigatória a partir da volta às aulas deste ano, idioma sofre do mesmo descaso do ensino de português

Diego Braga Norte


Com mais de 500 milhões de falantes mundo afora, atrás apenas do mandarim, e segunda língua mais falada no Brasil, segundo levantamento da Manager Assessoria, o espanhol passa a partir deste ano a ter oferta obrigatória nas escolas de ensino médio e facultativa no ensino fundamental.

Segundo a lei federal 11.161, aprovada em 2005, também é facultativa aos alunos a opção de cursar a disciplina. Os estados tiveram prazo de cinco anos para levar a cabo a oferta obrigatória, mas quase ao final do prazo estipulado, ainda há redes que encontram problemas no processo de apropriação da língua. Enquanto em alguns estados o processo de implantação está adiantado, outros ainda penam para alcançá-lo - algo natural num país com dimensões continentais.
O próprio Ministério da Educação admite que será impossível a implantação em 100% das escolas.
- Não sei dizer qual estado está com o processo mais avançado, pois os tempos e as necessidades de cada um são bastante diferentes. Há sinais de dificuldade em relação às questões de recursos humanos, necessidade de contratação, mas eles estão se planejando - diz Maria Eveline Villar Queiroz, coordenadora-geral de ensino médio da Secretaria de Educação Básica do MEC.
Na prática, o novo ano letivo vai começar sem que 75% das escolas brasileiras estejam preparadas para cumprir a lei. Das 25 mil instituições de ensino médio, segundo o Censo da Educação Básica de 2008, não mais de 6.600 oferecem a disciplina. A oferta na rede pública é de 14% e na particular, 56%, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC.

Aquém
Segundo a Secretaria de Educação Básica, o país tem 6 mil professores da disciplina no ensino médio, pouco mais de 20% dos 25 mil que o MEC estimava como necessários quando da aprovação da lei. 
O trabalho de implantação na rede pública não é fácil: além do déficit de professores, há o desafio da escolha e da compra do material didático e do planejamento da grade curricular. Segundo a lei, "a oferta da língua espanhola pelas redes públicas de ensino deverá ser feita no horário regular de aula dos alunos". Mas já há estados que admitem que algumas escolas poderão oferecer o curso no contraturno, desde que haja o consentimento de alunos interessados e disponibilidade de professores.

Déficit
É grande o déficit de professores de espanhol: levantamento do MEC feito em 2005 apontava que seria preciso formar em torno de 20 mil professores. Hoje o número é menor, mas o ministério não soube precisar quanto. Em contrapartida, dados oficiais dão conta de que, no Brasil, a oferta total nos estados é de 754 mil matrículas em espanhol no ensino médio. Em Santa Catarina, por exemplo, de acordo com a Secretaria Estadual da Educação, a língua espanhola é ofertada em 101 escolas para, aproximadamente, 23 mil alunos das séries finais do ensino fundamental e do ensino médio. No Rio Grande do Sul, cerca de metade das 900 escolas estaduais de ensino médio já oferecem o espanhol, atesta Jane Graeff, coordenadora de ensino médio da Secretaria Estadual da Educação. O sucesso da implantação deve-se ao tempo de maturação do projeto, iniciado há alguns anos.

- Temos convênio com a embaixada da Espanha desde 2005. Ano passado foi feita a quinta edição de um curso de atualização para professores de espanhol - explica Jane.
Ainda assim, ela reconhece falhas:
- Há, atualmente, não só nessa disciplina, mas em outras, eventuais carências de professores. Para suprir vagas, foram abertas contratações temporárias em lugares específicos - diz ela.

O MEC começou a avaliação do material didático de espanhol. As orientações curriculares já foram elaboradas. E o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) deve efetuar compra de livros didáticos em língua espanhola para o ensino médio. 

- Primeiro há a etapa de seleção e a análise dos livros didáticos, e depois a licitação e compra. É um processo que demora cerca de três anos para se completar. A partir de 2012 vamos entregar os livros de língua estrangeira moderna, inclusive o espanhol, para os alunos do ensino médio - relata Maria Eveline, do MEC.

Aperfeiçoamento 
Além disso, o MEC assinou, em agosto, uma carta de intenção com o Instituto Cervantes, que prevê o aperfeiçoamento de professores e alunos de espanhol por meio das ferramentas de ensino a distância, oferecidas pelo próprio Instituto.
O ministério e alguns estados -Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná e outros - mantêm uma articulação com a embaixada da Espanha ou com outros países hispanofalantes, como Argentina e Colômbia. Há programas federais de intercâmbio entre o Brasil e esses países, além de um projeto da embaixada da Espanha que fomenta a formação de professores através da instalação de centros de recursos didáticos. Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Cuiabá e Salvador já possuem os Centros de Recursos Didáticos de Espanhol (CRDE).  Os espaços possuem acervo bibliográfico, videoteca e estrutura para a realização de cursos para formação continua da dos professores.

Serviço
Consejería de Educacíon da Embajda de España - site com informações e materiais gratuitos para ensino de espanhol.
http://www.educacion.es/exterior/br/es/home/index.shtml#



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Fonte: 

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