18/06/2010-15h39
Professor é agredido por aluno dentro de escola em Itu (SP);
estudante é suspenso
DE SÃO PAULO
Um professor foi agredido com um soco por um aluno na última quarta-feira (16) na escola estadual Regente Feijó, em Itu (101 km de São Paulo). O estudante foi suspenso e aguarda a decisão do conselho escolar para saber quais serão as punições aplicadas contra ele.
Segundo informações da polícia, a agressão aconteceu na última quarta-feira, quando o professor repreendeu o aluno, que teria mudado de lugar na sala de aula durante a aplicação de uma prova. Por conta disso, os dois se desentenderam e o adolescente de 17 anos agrediu o professor com um soco.
A delegada Lia Limongi, titular do 3º DP da cidade, afirmou que o garoto prestou depoimento e disse que só agrediu o professor porque acreditou que seria agredido pelo professor, responsável pelas aulas de matemática. A delegada disse ainda que o professor teve um corte no rosto em decorrência da agressão e precisou levar pontos.
A Secretaria Estadual de Educação afirmou que já foi convocada uma reunião com o conselho escolar para discutir o caso e que o aluno está suspendo até que o grupo decida "as medidas punitivas que serão aplicadas". O caso foi registrado no 3º DP de Itu.
_____________
Está se tornando cada dia mais comum esse tipo de notícia e, o que nos deixa mais indignados, é a falta de atitude dos órgãos competentes.
Agredir professores, física ou verbalmente, já não é novidade há tempos, mas, o que tem sido feito para coibir essa prática? Que medidas (fora do papel) estão sendo adotadas, efetivamente, para que a classe docente não perca o resquício de dignidade que ainda lhe resta?
A falta de professores no Estado de São Paulo é real e, em virtude disso, muitas escolas dispensam, diariamente, os alunos. Esse fator, sem dúvida, foi o que mais pesou no sentido de fazer o governo do Estado aceitar de volta às escolas, os professores que não passaram na "prova".
As faculdades estão fechando seus cursos de licenciatura por falta de interessados - os baixos salários dos professores não seduzem os estudantes. Os mais jovens, quando começam a dar aulas, via de regra abandonam a carreira em busca de novas oportunidades; os que estão à beira da aposentadoria, "aguentam" mais um pouco... Os demais (sem generalizar, é óbvio), utilizam o Estado como "bico", na maioria das vezes, dedicam-se a outra ocupação, um trabalho mais rentável. Isso se deve à desmoralização por que passa a carreira dos professores, as condições precárias de trabalho, a baixa remuneração, a falta de incentivo e de respeito com que são tratados etc.
Muitas vezes nos deparamos com notícias que, explícita ou implicitamente, colocam toda a culpa da falência do sistema de ensino, nos professores. É provável que o autor ou autores de tais notícias não tenham conhecimento dos dois lados da história. Culpar os professores pelo baixo desempenho dos alunos em avaliações internas ou externas é fácil, mas, ninguém quer saber ou acompanhar in loco quem enfrenta as salas de aula diariamente, lotadas (salas com mais de 40 alunos), que tenta "tirar leite de pedra" no sentido de fazer com que tais alunos "queiram" estudar e "aprender", que se veem cobrados a todo momento por resultados...
Até quando teremos que vivenciar tamanho descaso com a nossa profissão?
(Silvana Moreli)
____________
Fonte (charge): http://www.ivancabral.com/search/label/charge%20do%20dia?updated-max=2010-06-05T14:35:00-03:00&max-results=20
Nenhum comentário:
Postar um comentário