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domingo, maio 30, 2010

DUNGA, UM ANÃO



Leonardo Attuch

Dunga, um anão

 

Na sua grosseria diante de Lula, o técnico revelou uma alma pequena e de perdedor


Cara enfezada, a mão esquerda dentro do bolso e nenhuma palavra. Essa foi a atitude do técnico Dunga diante do presidente Lula, na cerimônia de despedida da delegação brasileira, antes da partida para a África do Sul.


Uma descortesia tão explícita que pareceu até calculada nos mínimos detalhes, para que fosse captada pelos fotógrafos e transmitisse uma mensagem pública. À frente da pátria de chuteiras, como a definia Nelson Rodrigues, Dunga talvez tenha tentado se mostrar maior do que Lula, mas o efeito foi inverso. O treinador conseguiu apenas revelar aquilo que o Brasil inteiro já suspeitava. Dunga é um ressentido, um rancoroso, uma alma pequena, uma figura minúscula. Em resumo: um anão moral.
Nenhum técnico é obrigado a se curvar ao poder. Na Copa de 70, João Saldanha ignorou os apelos dos militares pelo atacante Dadá Maravilha – é bem verdade que caiu, mas a realidade era outra.
Na de 2002, Luís Felipe Scolari também não cedeu à pressão por Romário. E a bronca de Dunga com Lula, diga-se de passagem, nem diz respeito a qualquer palpite na escalação, mas apenas a uma crítica feita em setembro de 2008, num jogo das Eliminatórias. De lá para cá, quase dois anos depois, já se passou tempo suficiente para que o caso tivesse sido esquecido e apagado da memória do treinador, que talvez tenha até restrições ideológicas ao presidente. Seu discurso “guerreiro”, que apela ao patriotismo, é de um extremista. Mais à direita do que à esquerda.
O técnico da Seleção também não conseguiu superar até hoje os seus complexos. Em 1994, embora tenha levantado a taça do tetra, ele ficou marcado como o símbolo de um futebol feio, monótono e sem criatividade. E que jamais teria vencido se, naquela Seleção tão medíocre, não houvesse um lampejo de genialidade, que era o próprio Romário. Mas Dunga não lida bem com a beleza e com o futebol arte. Talvez, por isso mesmo, tenha deixado de fora de sua lista nomes como Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Paulo Henrique Ganso – este, o Zidane brasileiro, que é, disparado, o melhor jogador do País.
Dunga talvez queira reabilitar a “era Dunga” e convencer a todos nós de que o feio também é bonito. Mas, em vez de ser deseducado e desrespeitoso com a Presidência da República, e não apenas com o presidente Lula, ele deveria se preocupar em não cantar cedo demais a canção da Branca de Neve e os Sete Anões. Aquela que diz: “Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou, eu vou, eu vou...”
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Fonte:http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/76728_DUNGA+UM+ANAO









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