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sexta-feira, janeiro 15, 2010

15 DE JANEIRO: DIA MUNDIAL DO COMPOSITOR




Muitos e muitos... uma infinidade de nomes ilustres deveriam ser reverenciados nesta data. Escolhi, portanto, um representante da classe para homenagear aqui nesse espaço:  Adoniran Barbosa. Ele,  que se estivesse vivo, completaria em 2010, cem anos de vida. Tudo que se disser a respeito desse artista, ainda é pouco...
Suas músicas marcaram uma etapa muito importante da minha vida: o ingresso na faculdade "Barão de Mauá", em Ribeirão Preto. Lembro-me muito bem, que havia um bar nas proximidades que era o point da moçada. Um violão, uma roda e muitas, muitas vozes cantando as mesmas melodias da MPB. Dentre elas, as composições de Adoniran jamais faltaram e hoje as lembranças surgem na minha mente como um enredo doce e feliz...
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Compositor paulista
Adoniran Barbosa
Folha Imagem
06/08/1910, Valinhos (SP)
23 /11/1982, São Paulo (SP)


"Não posso ficar nem mais um minuto com você/ Sinto muito amor, mas não pode ser/ Moro em Jaçanã/ Se eu perder esse trem/ Que sai agora às onze horas/ Só amanhã de manhã." Se existem brasileiros que não conhecem esses versos do samba "Trem das Onze", eles são certamente muito poucos. Obras como "Trem das Onze", "Saudosa Maloca" e "Samba do Arnesto" já se tornaram parte do patrimônio artístico nacional.


As músicas de Adorinan Barbosa conquistaram os paulistanos, em particular, e os brasileiros, em geral, por retratarem o cotidiano das camadas mais simples da população urbana da capital paulista, com erros intencionais de português, que mostram a maneira de falar dos moradores de origem italiana de bairros como a Barra Funda, o Bexiga e o Brás.





Na verdade Adorinan Barbosa era o pseudônimo de João Rubinato. Nesse nome artístico, ele misturava camaradagem e criatividade: Adoniran era o nome de seu melhor amigo e Barbosa, uma homenagem ao cantor Luiz Barbosa.


Sétimo filho de uma família de imigrantes italianos, nascido em Valinhos, Adoniran mudou-se para Jundiaí na infância e aos 14 anos radicou-se em Santo André, na grande São Paulo, tendo que trabalhar para ajudar a família. Como havia abandonado os estudos, foi entregador de marmitas, carregador, encanador, pintor, garçom, metalúrgico e vendedor.


Aos 22 anos, na capital, arrumou emprego numa fábrica de tecidos e participou de programas de calouros no rádio. Compôs seus primeiros sambas, "Minha Vida se Consome", em parceria com Pedrinho Romano, e "Teu Orgulho Acabou", com Viriato dos Santos, em 1933.


No ano seguinte, com a marcha Dona Boa, feita em parceria com J. Aimberê, conquistou o primeiro lugar num concurso carnavalesco promovido pela prefeitura de São Paulo. Em 1941 foi convidado pela Rádio Record para trabalhar como ator cômico, discotecário e locutor.


Lá, conheceu o conjunto Demônios da Garoa, que incentivou Adoniran na idéia de cometer erros gramaticais nas letras das músicas.



O grupo gravaria seu primeiro sucesso, "Saudosa Maloca", composto em 1955. Na seqüência viriam "Samba do Arnesto", "As Mariposas", "Abrigo de Vagabundo" e a famosa "Trem das Onze". Uma de suas últimas composições, "Tiro ao Álvaro", foi gravada por Elis Regina em 1980.





Certamente um nome que merece destaque na história da música popular brasileira, Adoniran só obteve reconhecimento tardio, no final dos anos 1970 e se ressentia disso. Aos jornalistas que pretendiam entrevistá-lo nessa época, costumava perguntar: "por que vocês não vieram me procurar 20 anos atrás?".


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