Conteúdo publicado no Painel do Leitor - Jornal Folha de São Paulo, de 20/01/10
Profissão: professor
"Após ler a reportagem "Sobra vaga em curso público para professor" (Cotidiano, ontem), resolvi partilhar algumas indignações que eu, professor de filosofia da rede pública do Estado de São Paulo, tenho sobre a prova de promoção por mérito implantada pelo secretário de Educação.
Essa prova tem caráter excludente, haja vista que de todos os aprovados somente 20% recebem o dito aumento, os demais 80% não. Aos que não receberem o aumento fica a desculpa de que não têm competência para isso, portanto devem se contentar com o salário defasado que recebem e com R$ 4 por dia trabalhado de auxílio alimentação (eu escrevi R$ 4, não foi engano meu não...).
Aos 20% aprovados que receberam aumento, ainda resta uma coisa a fazer: rezar. Rezar para que haja verba para efetuar o pagamento conquistado.
Resumindo: só ganha aumento quem passar na prova e tiver sorte. Sem falar que, com essa proposta, estão vetadas todas as demais formas de aumento salarial. Isso significa que nós, professores da rede pública do Estado, continuaremos sem perspectiva de valorização da profissão."
FABIO PEREIRA SOMA, mestre em filosofia pela Unesp de Marília e professor da rede pública do Estado (Ribeirão Preto, SP)
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