{janeiro de 2005}
Seu time de coração era o Flamengo. Sem entusiasmo. Dizem que não suportava assistir às partidas. Gostava era de jogar. E como ele ninguém jogou. Nasceu num vilarejo do Rio, filho de cafuzo com mulata. Brasileiríssimo. Menino, ganhou o apelido que o acompanhou pela vida: nome de passarinho meio bobo, cor amarronzada.
Apesar da habilidade com a bola, penou para ser aceito. Quando tentou o Botafogo, a história mudou. Aos dez minutos de treino, driblou duas vezes Nilton Santos. No lance seguinte, repetiu a desfeita passando a bola por entre as pernas do maior zagueiro brasileiro daqueles tempos. Foi contratado. Início de carreira brilhante, que lhe rendeu campeonatos regionais e duas Copas do Mundo.
O fim não foi compatível com as alegrias que proporcionou. Um ano depois da segunda conquista pela seleção, uma artrose no joelho comprometeu-lhe a capacidade de jogar. Tragédias se sucederam. Duas tentativas de suicídio, três acidentes de carro, internações por alcoolismo. Morreu em 20 de janeiro de 1983, aos 50 anos, de cirrose hepática.
Mas seu brilho não poderia ser apagado, como diz o jornalista Armando Nogueira na crônica Mundo Velho Sem Porteira::
Lançado no processo do drible, transfigurava-se: era Chaplin, esculpindo no vento uma sucessão maravilhosa de gestos cômicos; era o toureiro, ventando verônicas que a multidão saudava; era São Francisco de Assis, engrandecido na humildade com que sofria os pontapés do desespero.
João Rocha
Resposta: Foi um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Ganhou duas Copas do Mundo e foi a alegria do povo com a bola nos pés. (Garrincha)
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